Na edição passada, VEJA revelou uma iniciativa insólita do ministro da Educação, Aloizio Mercadante: o petista propôs ao vice-presidente da República, Michel Temer, que convencesse a presidente Dilma Rousseff a demitir o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A natureza da conversa causou espanto. Primeiro, porque não é comum um ministro recorrer ao vice-presidente para tramar a queda de um colega - menos ainda quando esse colega comanda uma área sensível como a econômica. Segundo, porque Dilma resiste desde o início de seu mandato a exonerar Mantega, blindando-o das críticas recorrentes de parlamentares aliados, empresários e sindicalistas. Protagonista de uma conspiração clássica, Mercadante provocou um imenso mal-estar no governo. O ministro confirmou a reunião com Temer, mas se apressou em negar que esteja trabalhando pela demissão do companheiro. Já Mantega disse, protocolarmente, não acreditar que estivesse na mira de Mercadante, seu amigo há mais de trinta anos. E Dilma fez saber que não gostou nem um pouco da intriga e se mostrou insatisfeita com o movimento de Mercadante, ironicamente um dos auxiliares que ela mais tem ouvido.
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