O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, previu dois efeitos
importantes da Operação Lava Jato, após as prisões de executivos de
grandes empreiteiras. O primeiro, imediato, será a realização de novas
delações premiadas. “Isso é um rastilho de pólvora. Quando um começa a
falar, o outro diz: Vai sobrar só para mim?’, e aí eles começam a falar
mesmo. Todos vão negociar. Se um abrir a boca, abre todo mundo”, disse
ele.
Janot afirma que os empreiteiros podem ser enquadrados em diversos
crimes. “Em principio é fraude em licitação, lavagem de dinheiro, crime
contra o mercado e corrupção ativa”, diz ele. “As empreiteiras diziam
que eram alvo de concussão: Eu sou obrigado a dar, senão eu não consigo
participar desse negócio e eu morro à míngua’. Se puder me explicar como
a fraude à licitação decorre de concussão, eu concordaria com a tese.
Como a concussão te obriga a fazer um cartel, fraudar uma licitação e
ganhar um dinheirão? Está sendo extorquido para ganhar dinheiro? Para
ter que botar US$ 100 milhões no bolso? Vamos combinar, não é. A delação
quebrou com essa ponte”, afirma.
O procurador-geral, no entanto, vê um efeito benéfico para a
sociedade brasileira ao fim do processo: a reforma política. “O sistema
republicano e a Justiça começam a mudar de paradigma. A Justiça de três,
quatro anos para cá, não é mais uma justiça dos três Ps, de puta, de
preto, de pobre. Ela está indo em cima de agente político e de
corruptor. Essas prisões serão o grande propulsor da reforma política. E
esse sistema é corruptor mesmo, se continuar esse sistema não vai mudar
nada, pois vamos derrubar essas pessoas e outros virão ocupar esses
espaços. O efeito que estou apostando é a reforma política.”
Fonte : Blog de Robson Pires

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