02 agosto 2025

Após sinal de Trump, Lula fala em abertura ao diálogo, mas diz trabalhar em resposta a tarifas dos EUA

 


Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escreveu nas redes sociais nesta sexta-feira (1º) que o Brasil sempre esteve aberto ao diálogo com os Estados Unidos. A mensagem foi publicada horas após Donald Trump ter afirmado que o petista poderia falar com ele “quando quiser” sobre as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos.

“Sempre estivemos abertos ao diálogo. Quem define os rumos do Brasil são os brasileiros e suas instituições. Neste momento, estamos trabalhando para proteger a nossa economia, as empresas e nossos trabalhadores, e dar as respostas às medidas tarifárias do governo norte-americano.”

“Ele pode falar comigo quando ele quiser”, afirmou Trump a jornalistas no gramado da Casa Branca, ao ser questionado sobre a possibilidade de negociar sobretaxas. As declarações foram dadas dois dias após o decreto que impôs tarifas de 50% sobre as exportações brasileiras e no dia seguinte ao tarifaço global que voltou a impor taxas mais altas sobre dezenas de países.

O presidente americano também disse que ama o povo brasileiro e que “as pessoas que lideram o Brasil fizeram coisa errada”, em provável referência ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, alvo de sanções do governo americano.

Ainda que Lula tenha adotado a postura de defesa da soberania nacional, o governo brasileiro vinha insistindo em reabrir os canais de negociação com os EUA, mas sem muito sucesso até esta semana, quando o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se em Washington com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio.

Lula e Trump, contudo, ainda não discutiram diretamente as tarifas nem se encontraram desde que o americano assumiu o novo mandato, em janeiro.

Nas últimas semanas, depois que o Trump ameaçou o país com as taxas maiores, Lula disse que seu homólogo não pode ser um “imperador do mundo”, que vai dobrar a aposta e que ele mente ao justificar as medidas econômicas.

Em 11 de julho, dois dias após anunciar a nova taxa para o Brasil, Trump disse que não pretendia conversar com Lula, mas disse que o faria talvez em outro momento.

Com os anúncios de Trump, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, tem sido o representante do Brasil na negociação com o país por meio de autoridades, citando especificamente o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnik, como o principal contato.

Por também estar à frente do Mdic, Alckmin está se reunindo com empresários e representantes de setores da indústria, do agronegócio, da tecnologia e outros segmentos para tratar dos impactos da medida americana na economia brasileira.

A retaliação de Trump ao Brasil foi anunciada por meio de carta em uma rede social, na qual o americano também criticou a justiça brasileira pelo tratamento dado a Jair Bolsonaro (PL), acusando o judiciário brasileiro de perseguir o ex-presidente.

Folha de S.Paulo

Fonte > Blog do Bg

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