Foram 291 votos a favor, 148 contra e uma abstenção — placar que mostra claramente a divisão no Congresso. Todos os destaques apresentados pela base do governo, que tentavam mudar o texto, foram rejeitados.
O projeto agora segue para o Senado, onde o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, já afirmou que a proposta será votada ainda este ano.
"Um gesto de reconciliação", diz relator
O relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirmou que o Brasil viveu “tempos duros, em que a política deixou de ser um espaço de encontro e virou campo de batalha”.
Isso mudaria completamente o cenário jurídico do ex-presidente e de milhares de condenados.
Sessão marcada por confusão e madrugada longa
A votação começou tarde, às 23h30, e só terminou às 3h55. A sessão foi marcada por críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), após a retirada à força do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da Mesa Diretora.
Antes de encerrar, Motta afirmou que o país “não aguenta mais ouvir esse disco arranhado” e que o Brasil precisa “virar a página antes de 2026”.
Por que o texto mudou?
O relator alterou o projeto original de Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), que previa uma anistia ampla e irrestrita. Paulinho defendeu um caminho “equilibrado”, mantendo a redução de pena, mas evitando uma absolvição total.
A redução exata ainda dependerá de fatores como:
-
comportamento do condenado,
-
trabalho realizado durante a pena,
-
estudo,
-
decisões da Vara de Execução Penal.
E o futuro?
Enquanto o país segue dividido, o Congresso tenta escrever um novo capítulo. Para alguns, é justiça. Para outros, é um passo necessário para reconstruir a paz. Para outro grupo, é apenas mais um episódio em um Brasil que não consegue encerrar suas feridas.
O fato é: o debate está longe de acabar.

Nenhum comentário:
Postar um comentário