10 dezembro 2025

Num país dividido, até a dor vira disputa política

38º presidente do Brasil 
Jair Messias Bolsonaro
Num Brasil cada vez mais polarizado, chegamos ao ponto em que até o sofrimento de alguém vira munição para disputa. Jair Bolsonaro, condenado por muitos por um crime que não cometeu, rotulado pela narrativa do chamado “golpe da Disney” — simplesmente por estar nos Estados Unidos no dia 8 de janeiro — segue enfrentando as consequências não apenas jurídicas, mas também físicas de tudo o que viveu.

Estamos falando de uma pessoa que sofreu um atentado, quase perdeu a vida, e que até hoje carrega sequelas graves. Agora, às portas de mais uma cirurgia, metade do país ora, torce pela recuperação, enquanto a outra metade ri, debocha e até deseja o pior. Eis o retrato do momento atual do Brasil: um país em que cortes de vídeo valem mais que fatos, e julgamentos morais substituem qualquer presunção de inocência.

O pedido da defesa ao STF

A defesa de Jair Bolsonaro protocolou no Supremo Tribunal Federal um pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que o ex-presidente possa ser internado e submetido a cirurgias necessárias. Os médicos estimam uma permanência hospitalar de 5 a 7 dias, além da necessidade urgente de intervenção cirúrgica.

Os advogados também solicitaram que Bolsonaro seja transferido para prisão domiciliar humanitária, com monitoramento eletrônico e as condições que o ministro considerar adequadas. O pedido inclui ainda autorização para que o ex-presidente possa se deslocar para atendimentos médicos sem aviso prévio, devido à urgência do quadro.

O que dizem os médicos

O relatório médico aponta que Bolsonaro vem apresentando dores fortes e desconforto na região inguinal, agravados pelo aumento de pressão abdominal provocado por crises persistentes de soluços. A equipe médica conclui que o tratamento cirúrgico é inevitável e deve ser realizado sob anestesia geral.

A realidade por trás da política

Independentemente da posição política de cada um, é inegável que chegamos a um ponto perigoso:
No Brasil de hoje, não há espaço para empatia — apenas para torcida.
Não importa se alguém está doente, passando por cirurgia ou enfrentando sequelas de um atentado. Importa apenas o lado em que essa pessoa está na guerra política.

Metade do país reza.
A outra metade condena.
E ainda há quem torça pelo pior.

Essa não é apenas uma disputa partidária.
É um sintoma claro de um país emocionalmente destruído pela polarização — onde a humanidade vale menos do que a narrativa da vez.


Nenhum comentário:

Postar um comentário