04 setembro 2025
Moraes rebate denúncia de ex-assessor que o acusou de adulterar documentos
Em nota, o ministro do Supremo disse que todos os procedimentos de investigação foram realizados de forma regular; leia a íntegra da resposta abaixo.
Moraes sustenta, ainda, que a assessoria do TSE foi acionada para recolher dados
“Meu futuro político está totalmente entregue a Deus”, diz ex-primeira-dama
Foto: Wilton Junior
Cotada como candidata da direita nas eleições presidenciais de 2026, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse à CNN estar focada atualmente na situação de sua família e afirmou ter entregado seu futuro na política “à vontade de Deus”, sem descartar nenhuma possibilidade.
“Muitos me perguntam sobre eleições. No momento, não estou pensando em eleições”, comentou Michelle, ao ser questionada sobre o papel que tem desempenhado na direita brasileira.
Sua prioridade, acrescentou a ex-primeira-dama, é a situação de Jair Bolsonaro (PL) e da família diante de “toda essa perseguição” — como ela se refere ao julgamento do ex-presidente e dos réus acusados de liderar uma tentativa de golpe de Estado.
Michelle relatou estar empenhada em ampliar a participação das “mulheres de bem” na política, por meio de atividades do PL Mulher e de iniciativas como o Projeto Alicerça Brasil, que busca alavancar candidaturas femininas do partido com apelo ao público conservador e evangélico.
“O meu futuro está totalmente entregue à vontade de Deus”, disse Michelle, evitando uma resposta taxativa sobre uma possível entrada sua na corrida presidencial de 2026.
Como mostrou a CNN, interlocutores avaliam que o ex-presidente poderá escolher Michelle como candidata ao Planalto em 2026, apesar do apoio cada vez mais explícito do Centrão e de empresários ao nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como o nome da direita para 2026.
A percepção é que o ex-presidente, embora demonstre apreço por Tarcísio, teme ser escanteado caso seu aliado se eleja.
CNN
Líderes de partidos de oposição já contam com 300 votos pró-anistia na Câmara
Líderes partidários da Câmara, contando com centro e oposição, estão desde o início da semana com planilhas na contagem de votos para aprovar o projeto que pode anistiar os presos pela quebradeira do 8 de janeiro de 2023.
O clima é de otimismo: 300 votos. Por mais que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Rep-PB), negue, as negociações para que a proposta seja pautada vêm desde a ocupação da Mesa Diretora da Câmara e do Senado, e pode sair ainda em setembro.
Diário do Poder
Tarcísio quer anistia por lealdade a Bolsonaro, dizem aliados
Foto: Redes sociais
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está liderando as negociações sobre o projeto de lei da anistia, em uma movimentação que, segundo aliados, demonstra sua lealdade política. A articulação visa beneficiar pessoas envolvidas em eventos considerados antidemocráticos pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
A estratégia começou a ser delineada em 19 de agosto, durante um jantar em Brasília que celebrava a federação entre PP e União Brasil. No encontro, Tarcísio discutiu com presidentes de partidos do Centrão – Ciro Nogueira (PP), Antônio de Rueda (União) e Valdemar Costa Neto (PL) – os detalhes do projeto de anistia.
Ampliação das Articulações
Após o jantar, o governador paulista conseguiu ampliar o apoio ao projeto, convencendo Marcos Pereira (Republicanos) a participar das negociações. O texto em discussão busca contemplar um amplo espectro de casos, incluindo tanto acusados de planejamento quanto aqueles que participaram diretamente dos atos de depredação na sede dos Três Poderes.
As articulações políticas de Tarcísio se estendem também ao diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Além disso, o governador paulista prometeu trabalhar para obter o apoio do Podemos, partido que integra sua base política em São Paulo, demonstrando sua capacidade de mobilização em diferentes esferas do poder.
CNN
Câmara aprova projeto que veda descontos associativos em aposentadorias
Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (3), um projeto de lei que acaba com a cobrança de descontos associativos em aposentadorias e pensões de segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O texto foi aprovado de forma simbólica. Os destaques foram rejeitados.
A aprovação do projeto responde ao escândalo de descontos ilegais a aposentadorias e pensões que atingiu o INSS. O caso ganhou projeção nacional em abril após operação da PF (Polícia Federal) e da CGU (Controladoria-Geral da União).
No total, as entidades teriam cobrado de aposentados e pensionistas um valor estimado de R$ 6,3 bilhões, entre os anos de 2019 e 2024.
O projeto relatado por Danilo Forte (União-CE) aglutinou 62 outros projetos de lei que propunham mecanismos para proteger aposentados e pensionistas.
Ao propor a vedação de descontos associativos, o relator Danilo Forte sublinhou que o processamento desse tipo de mensalidade “compromete diretamente a capacidade do INSS de cumprir com a sua missão constitucional de garantir proteção previdenciária tempestiva aos segurados.”
“O INSS não foi criado para atuar como intermediário de relações privadas entre beneficiários e entidades associativas e, por isso, a utilização da estrutura estatal para operacionalizar descontos que não guardam relação direta com o sistema de previdência social constitui desvio de finalidade e uso inadequado de recursos públicos”, completou.
O substitutivo, entretanto, preservou a possibilidade de descontos na folha decorrentes de crédito consignado, mas é previsto o uso de ferramentas tecnológicas seguras e acessíveis. Fica vedada a contratação de crédito consignado ou o desbloqueio por procuração, ou por central telefônica.
O texto ainda prevê que, quando houver descontos indevidos de mensalidade associativa ou de crédito consignado, a entidade responsável fica obrigada a restituir o valor integral atualizado ao beneficiário em até 30 dias.
Há ainda a previsão de que o Fundo Garantidor de Créditos possa ser utilizado como mecanismo de ressarcimento nos casos de descontos indevidos caso o INSS, em ação de regresso, não obtenha êxito na cobrança dos valores junto à instituição financeira.
CNN
Ancelotti inicia testes na seleção com jogo no Maracanã após garantir vaga na Copa
Foto: Pedro Kirilos/Estadão
A seleção brasileira enfrenta o Chile nesta quinta-feira, às 21h30, no penúltimo compromisso pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Com o Brasil já classificado, a partida no Maracanã, assim como o duelo com a Bolívia, dia 9, em El Alto, servirá para o técnico Carlo Ancelotti fazer testes e preparar o time para buscar o Hexa no Mundial.
Na véspera, nesta quarta, Ancelotti confirmou que vai levar a campo um time com quatro atacantes, mantendo a formação utilizada na vitória por 1 a 0 sobre o Paraguai, na rodada anterior em São Paulo. A tendência é que o quarteto ofensivo seja formado por Raphinha, Estêvão, João Pedro e Gabriel Martinelli.
“Queremos fazer uma boa pressão ofensiva e jogar rápido com bola. Acho que podemos repetir o jogo contra o Paraguai para a torcida ficar contente com o nosso jogo”, afirmou Ancelotti.
Uma incógnita é se Estêvão vai jogar pela ponta-esquerda, como no Chelsea e na função que desempenhava no Palmeiras, ou se o prodígio será deslocado para o meio, com Raphinha aberto pela ponta. “O futebol moderno perdeu um pouco esse tipo de jogador, que joga por dentro, como meia. O Estêvão tem muita qualidade e pode jogar também por dentro”, argumentou Ancelotti.
O comandante italiano deixou claro que deseja ver uma equipe intensa, jogando rápido com a bola, mas sem esquecer o cuidado com a defesa, que saiu incólume nos dois primeiros jogos sob seu comando. O zagueiro Gabriel Magalhães e o lateral-esquerdo Douglas Santos devem ser as novidades no time brasileiro.
Será a primeira vez do técnico de 66 anos no Maracanã. Apesar de a vaga já estar garantida, ele afirmou que será uma partida especial e, por isso, espera ver a seleção saindo vencedora. “Uma nova experiência que guardarei para sempre. É o Templo do Futebol. Eu espero o máximo, que a equipe jogue bem, que tome confiança, que tenha uma boa atitude, intensidade no jogo. É o caminho que queremos correr até o Mundial.”
Segundo a CBF, 45 mil ingressos já haviam sido comercializados até quarta-feira. Antes de a bola rolar, a cantora Ivete Sangalo se apresentará.
O Brasil ocupa a terceira posição nas Eliminatórias, com os mesmos 25 pontos do vice-líder Equador, mas com saldo inferior (8 a 5). Por sua vez, o Chile está na lanterna, com apenas 10 pontos, e não tem mais chance de classificação.
Estadão
03 setembro 2025
Tarcísio busca ministros do STF para discutir proposta sobre anistia a condenados do 8 de janeiro
Foto: Divulgação/Governo de SP
Além de reuniões com parlamentares para defender a aprovação da anista, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem procurado ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de construir um caminho jurídico que permita a aprovação de um perdão aos condenados no 8 de janeiro de 2023 e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente em julgamento na Corte por tentativa de golpe de Estado. As conversas foram confirmadas ao jornal ‘O Globo’ por magistrados do tribunal e interlocutores do governo paulista.
A busca de Tarcísio por uma interlocução com o STF ocorre por uma avaliação de aliados de Bolsonaro sobre uma possível declaração da Corte da inconstitucionalidade de um projeto de anistia aprovado no Congresso. Assim, a inteção do contato foi sondar os magistrados sobre o tema.
Tarcísio viajou nesta terça-feira a Brasília, em meio ao julgamento do ex-presidente, para cumprir agendas com os presidentes da Câmara e do Senado, além de líderes partidários do PP, União Brasil e PSD. A intenção do governador é articular apoio político e mapear a viabilidade da anistia. Nesta quarta-feira, antes de retornar a São Paulo, o governador esvaziou sua agenda e aguarda encontro com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Os dois chegaram a conversar por telefone na segunda-feira, quando trataram de forma superficial sobre o projeto de anistia. Na ocasião, Motta não se comprometeu a pautar a proposta. Ontem, contudo, o presidente reconheceu que o texto ganhou tração entre os líderes de partidos na Câmara, e passou a admitir que pode colocá-lo em votação após o julgamento do ex-presidente.
O retorno de Tarcísio a São Paulo ocorre ainda hoje, no final da tarde. À noite, receberá o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), no Palácio dos Bandeirantes, para alinhar a estratégia da anistia e a agenda do 7 de setembro. Amanhã pela manhã, Sóstenes e Hugo terão reunião com expectativa de definir o calendário da pauta.
As articulações de Tarcísio em Brasília em favor da anistia tem como pano de fundo o apoio de Bolsonaro nas eleições de 2026. Nome preferido do Centrão para tentar evitar a reeleição do presidente Luiz Inacio Lula da Silva, o governador de SP sofre resistências no entorno do ex-presidente, que vê pouco engajamento do ex-ministro em temas caros ao bolsonarismo.
Em paralelo às movimentações de Tarcísio, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) disse que vai apresentar um texto alternativo, do qual deverá ser o autor e que pretende liderar o processo de tramitação na Casa. O senador é contrário à proposta que tramita hoje na Câmara dos Deputados, defendida por bolsonaristas e que prevê beneficiar o ex-presidente.
Nos bastidores, aliados relatam que Tarcísio demonstra preocupação com o efeito político de sua atuação. Em mensagens internas, ele teria afirmado que sua postura pode ser interpretada ora como heroica, ora como comprometida com o bolsonarismo.
— Houve uma virada de chave por conta do julgamento. O governador continua com os mesmos princípios e valores e um desses princípios é a apaziguamento — diz o deputado estadual Tenente Coimbra (PL-SP), da base do governador na Alesp.
Segundo aliados do governador, a articulação pela anistia precisa necessariamente incluir o ex-presidente, mas pode deixar de fora os militares, já que uma anistia irrestrita dificilmente passaria no Congresso ou seria considerada constitucional pelo STF.
Na avaliação do vereador Adrilles Jorge (PL-SP), aliado de Bolsonaro, o movimento do governador ocorre de forma tardia:
— Fica parecendo que é realmente uma estratégia política. Tarcísio demorou demais, já tinha que ter agido há muito tempo.
O Globo
Tomba pede para Fátima Bezerra não maltratar os municípios e fazer o repasse do Fundeb para as prefeituras
*FONTE: Assessoria de imprensa do deputado Tomba Farias*
Veja os documentos apresentados por Tagliaferro sobre acusação contra Moraes de pedir para alterar documento irregularmente para justificar operação da PF
Imagem: reprodução/TV Senado
Documentos apresentados por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à Comissão de Segurança Pública do Senado Federal nesta terça-feira, 2, indicam que uma petição assinada teve a data adulterada para justificar uma operação da Polícia Federal.
Segundo relato do perito que atuou no TSE, ele teve que produzir um documento posterior a uma ação policial, mas houve adulteração na data para indicar que o material técnico teria sido produzido antes. Procurado, Moraes não se manifestou.
Tagliaferro sustenta que essa alteração na data teve como motivação o fato de que o ministro Moraes não queria que parecesse que a PF fez busca e apreensão em alvos apenas por conta de uma notícia de imprensa veiculada na época.
Metadados apresentados por Tagliaferro mostram que o documento teria sido criado no dia 28 de agosto de 2022, às 10h33. O documento foi incluído no processo de investigação com outra data: 22 de agosto.
O relatório em questão foi elaborado em agosto de 2022 e se refere a uma matéria publicada pelo coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, em que empresários pediram golpe de Estado em mensagens do WhatsApp. Uma operação da PF foi feita naquele mesmo mês contra os empresários.
“Certo de foram providenciados todos os elementos imprescindíveis para a análise solicitada, dá este signatário os seus trabalhos cujo a análise é composta por 37 laudas”, diz texto assinado por Tagliaferro, de agosto de 2022.
Segundo Tagliaferro, o relatório sobre as conversas de empresários foi feito após a publicação da reportagem e após a realização de busca e apreensão, mas teve sua data adulterada para sustentar que a apuração técnica fora feita antes de o ministro determinar a ação da PF. “Foi pedido para que se confeccionasse um parecer, relatório, com data retroativa, e eu assinando pelo Supremo Tribunal Federal, ao qual eu não era nomeado”, disse Tagliaferro.
“Trata-se de manipulação e criação de uma investigação que nunca existiu e colocada a data da busca e apreensão justamente para justificar que essa busca e apreensão não se deu somente com base numa matéria jornalística e sim, fraudulentamente, com base numa investigação que nunca existiu”, disse o ex-assessor à comissão do Senado na terça-feira, 2.
Esse material sobre a operação contra empresários faz parte de um documento de cerca de oito páginas. Em outro momento, Tagliaferro disse que também precisou elaborar mapas mentais para justificar a operação a pedido de Ayrton Vieira, então juiz instrutor de Moraes.
Esses mapas mentais, segundo metadados apresentados por Tagliaferro, teriam sido feitos no dia 29 de agosto de 2022, às 18h19, nove dias depois do relatório apresentado. Segundo o ex-assessor, foi um pedido do próprio Moraes.
Querem tirar Bolsonaro do jogo político, afirma PL
O PL divulgou nas redes sociais, nesta 4ª feira (3.set.2025), um vídeo em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A publicação se dá no mesmo dia em que seus advogados fazem a sustentação oral no julgamento em curso no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe.
Na gravação, a sigla afirma que há uma tentativa de “apagar Bolsonaro da cena política” e que o processo é motivado por perseguição política. “É por isso que querem tirá-lo do jogo. Porque ele inspira, porque arrasta multidões, porque incomoda quem não tem os mesmos valores”, diz a mensagem.
A peça também sustenta que a “esperança não pode ser silenciada” e defende que a escolha do povo deve prevalecer: “Eles querem calar o Bolsonaro, mas é o povo que decide. E o Brasil não se curva.”
Assista ao 2º dia do julgamento:
Poder360
Preso na Bahia, ex-PM Wendel Lagartixa está em estado grave: “Não suporta mais a situação”
Uma trajetória marcada por polêmicas e conturbações políticas; assim vem sendo a cena construída por Wendel Fagner de Araújo Silva, mais conhecido como Wendel Lagartixa. Ele é policial militar reformado e deputado estadual que não chegou a assumir o mandato; tendo sido o parlamentar mais votado do Rio Grande do Norte.
Atualmente, Lagartixa volta a ser pauta mas pelo estado grave de saúde. Ele está preso em um batalhão da Bahia, e já teria perdido cerca de oito quilos, apresentando sinais de depressão, de acordo com informações reveladas pelo apresentador de televisão Paulo Santana.
Ainda segundo Santana, a pressão psicológica tem se tornado cada vez mais intensa, prejudicando o estado de saúde de Wendel.
É lamentável que alguém que obteve tanta representatividade no estado do RN esteja vivendo uma condição como essa. Esperamos que a situação se resolva para que ele finalmente encontre paz”, acrescentou.
Defesa nega provas contra Bolsonaro e pede nulidade de delação
Foto: Reprodução
A defesa de Jair Bolsonaro (PL) disse que o ex-presidente não atentou com o Estado democrático de direito e que “não há uma única prova” contra ele. A manifestação se deu durante as sustentações orais do advogado Celso Vilardi, no 2º dia do julgamento do “núcleo 1” da tentativa de golpe de Estado pela 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal).
Na manifestação, o defensor destaca que a PGR (Procuradoria-Geral da República) não conseguiu demonstrar uma relação direta do ex-presidente com minutas do golpe, plano de assassinatos de autoridades e com os atos de 8 de janeiro. A defesa considerou que o caso deveria ser analisado pelo plenário do STF.
“O presidente não atentou contra o Estado Democrático de Direito e não há uma única prova disso. Não há uma única prova que o vincule ao chamado Punhal Verde e Amarelo, à Operação Luneta ou aos atos de 8 de janeiro”, disse. Segundo Vilardi, nem mesmo o delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro “chegou a afirmar qualquer participação do presidente nesses fatos”.
“Desde o início eu tenho pedido as provas do processo. Eu não nego que as provas levantadas pela PF e apresentadas na denúncia foram juntadas aos autos, mas a pergunta que se faz é: que prova é essa? São recortes de WhatsApp, dezenas e dezenas de computadores e celulares, e milhares de documentos apreendidos”, diz.
Vilardi menciona uma suposta conversa de Instagram, em que o militar teria “declarado coação”, o que, para a defesa, “coloca em questão a sua voluntariedade”. Voltou a declarar que o tenente-coronel não é confiável, está “desmoralizado” e que foi “pego na mentira”.
O advogado diz que não seria possível demonstrar uma tentativa de golpe, uma vez que o ex-presidente determinou que fosse iniciado um processo de transição de governo. O advogado destacou que Bolsonaro chegou a auxiliar diretamente o ministro da Defesa do então presidente eleito, José Múcio Monteiro, para garantir uma transição no âmbito dos comandos militares.
O advogado também mencionou que a reunião entre Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa, general Freire Gomes, e os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica reconheceu a inconstitucionalidade de uma possível decretação de Estado de Defesa e ou o estabelecimento de Garantia da Lei e da Ordem. Villardi afirma que essa foi a razão do projeto não ter sido seguido.
Os advogados pedem o reconhecimento do “cerceamento de defesa”, por um suposto acesso incompleto às provas da investigação criminal, e a anulação da delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. A defesa alega “nulidade e imprestabilidade da delação premiada, uma vez verificado o vício de vontade, bem como omissões, falhas, seleções ou ainda ambiguidades”.
Nas alegações finais entregues em 13 de agosto, a defesa diz que Bolsonaro é “inocente de todas as imputações formuladas na denúncia” e que “não existe prova do golpe imaginado pela acusação”. Segundo os advogados, qualquer conduta mencionada na ação penal se limita a atos preparatórios ou ideias não concretizadas, como reuniões e conversas descritas como “brainstorm”.
Poder 360
Julgamento de Bolsonaro faz história como o de sentença mais previsível
O julgamento na 1ª Turma do STF iniciado ontem (2), que põe mais um ex-presidente da República no banco dos réus, é também um dos mais previsíveis da história do Direito: ninguém aposta na absolvição de nenhum dos réus, ainda que seus advogados tenham se esforçado na alegação de falta de provas etc. Nos meios políticos e jurídicos de Brasil a voz corrente é que os acusados já estão condenados há muito, faltando só definir a dosimetria das penas para cada um dos oito réus.
Apenas uma dúvida
Apenas há incerteza em relação ao voto do ministro Luiz Fux, juiz-raiz de cuja cabeça não se sabe o que sairá. Bem ao contrário dos demais.
‘Cartas marcadas’
Descrente em julgamento justo e imparcial, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), o definiu como “cartas marcadas”.
Dúvida disseminada
Acusações de perseguição a Bolsonaro, feitas por Donald Trump, ajudaram a lançar dúvidas internacionalmente sobre o julgamento.
Holofote garantido
Além de quase todas as manchetes na imprensa, “Bolsonaro” se tornou o termo mais pesquisado online no Brasil, ontem, diz o Google Trends.
Diário do Poder
‘Não negociamos com terroristas’, diz aliado de Trump sobre Moraes
O ex-assessor do presidente americano Donald Trump, Jason Miller, reagiu, nesta terça-feira (2), aos comentários do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, feitos durante o primeiro dia de julgamento da suposta trama golpista. O aliado de Trump afirmou que “não negocia com terroristas”, em resposta à declaração de Moraes de que “a soberania jamais será negociada”.
O comentário de Moraes com tom político antecedeu a leitura do relatório sobre a ação que julga a suposta tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022. No processo, serão julgados o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete militares envolvidos no ato.
Moraes iniciou seu discurso enaltecendo a soberania brasileira e afirmou que ela “não pode, não deve e jamais será vilipendiada, negociada ou extorquida”. A declaração motivou a reação do ex-assessor de Donald Trump.
Em resposta, Jason Miller escreveu na rede social X, uma publicação compartilhada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro.
– Observado. E seria sensato que STF e Alexandre de Moraes soubessem que os Estados Unidos não negociam com terroristas.
Pleno News
Quaest: julgamento de trama golpista é criticado por 64% nas redes
Foto: Reprodução
Monitoramento realizado pela Quaest nas redes sociais a respeito do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus nesta terça-feira (2/9). A apuração verificou que a hashtag #BolsonaroFree gerou o maior volume de menções contrárias ao julgamento, com 64%.
O monitoramento apurou que dentro da narrativa pela liberdade de Bolsonaro, uma publicação da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), na rede social, X foi a que teve o maior alcance (2.254.218). A senadora publicou um texto no qual aponta o que ela considera fraudes no processo e pede a suspensão do julgamento.
Uma publicação do Metrópoles no Instagram, com sentimentou neutro, foi a terceira em número de alcance nas redes, com 214.768. Na rede social X, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi o autor da segunda maior publicação em número de alcance: 920.972.
As publicações que comemoram a realização do julgamento representam 19% do total, conforme a Quaest. O baixo volume é atribuído, pelo instituto, à uma ausência de coordenação na mobilização.
Contra o julgamento de Bolsonaro, destaca-se a tag “#Bolsonarofree”. Já as menções que comemoram o julgamento são pulverizadas. As principais delas são: “#Bolsonarocondenado”, “soberania é justiça” e “BolsonaroNaCadeia”.
A Quaest destaca ainda que houve um pico de buscas sobre o julgamento no Google, principal buscador da internet. A procura pelo assunto teve como foco o interesse em assistir à sessão do Supremo Tribunal Federal (STF).
As menções sobre a prisão domiciliar de Bolsonaro alcançaram 746 mil registros até às 16h30 desta terça. Apesar de ser um tema quente nas redes, a média por hora ficou atrás de outros dois eventos importantes: operação PF contra Bolsonaro (72 mil), em 18 de julho e prisão domiciliar de Bolsonaro (51 mil), em dia 4 de agosto.
Metrópoles
Advogado de Bolsonaro chega ao STF: “Farei defesa criteriosa”. Vídeo