20 março 2014

Em muitos casos as consultas médicas não devem ser realizadas na urgência do hospital





De acordo com dados do Hospital Regional Mariano Coelho referente ao mês de fevereiro foram atendidos no Serviço de Atendimento de Urgência (SAU) 2.195 pessoas sendo 1.934 pessoas de Currais Novos e 261 dos demais municípios. O que impressiona nos dados estatísticos do SAU é que 1.857 foram consultas, ou seja, 85% dos atendimentos são consultas onde muitas delas poderiam ocorrer nos postos de saúde dos municípios e acabam acontecendo no Hospital. Este número era muito maior diminuiu um pouco com a implantação da triagem com o objetivo de esclarecer a população que muitos dos casos não são de responsabilidade do hospital.

Blog – O que representa a emergência?
Dr Giordano – A emergência representa uma situação ameaçadora, brusca e que requer medidas imediatas de correção e de defesa. Também significa acidente e necessidade urgente. A urgência no dicionário médico consta como um estado patológico que se instala bruscamente em um paciente, causado por acidente ou moléstia e que exige terapêutica médica ou cirúrgica urgente. Que urge, que deve ser feito com rapidez.

Blog – A consulta é de quem, do hospital?
Dr Giordano – “A consulta normal é do PSF, doutor eu estou com uma dor na barriga, meu braço está doendo, são consultas do PSF. Os postos de saúde tem que funcionar, os PSFs tem que funcionar verdadeiramente, tem que ter médico de manhã, médico a tarde, os programas da saúde e da família, tem que funcionar, se não tudo vem parar no hospital, entendeu?”

Blog - Mas a questão é no PSF ou na cultura da população?
Dr Giordano- “É na cultura da população e na falta de médico nos postos de saúde, de repente a pessoa entende que no hospital é tudo mais prático, mais fácil, a eu vou lá tem médico, eu vou lá eles me atendem, as vezes a pessoa não quer ir no posto porque acha que ir lá não tem médico ou vai demorar para ser atendido. A população precisa entender que o posto deve ser preparado para atender, Hospital é para urgência e emergência, só que muitas vezes os postos não estão preparados e as pessoas estão vindo para o hospital para uma simples consulta”.

Blog – E se caso o paciente estiver muito grave?
Dr Giordano – “Neste caso os pacientes devem ser encaminhados pelo médico do posto de saúde, ou dependendo do caso vem direto. Mas na maioria das vezes as pessoas atropelam tudo e vem direto no hospital ou até mesmo os municípios circunvizinhos por falta de médico ou de estrutura são encaminham os pacientes para serem atendidos no hospital, ai o que acontece, sobrecarrega o sistema, ai o médico daqui fica estressado, porque é muita consulta, o paciente encontra uma triagem e começa a reclamar porque em muitos casos não serão atendidos no hospital, o médico está aqui para urgência e emergência e não para consulta ambulatorial”.

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