20 agosto 2014

Compras com cartão de crédito podem se tornar mais caras

Proposta de cobrança diferenciada foi aprovada no Congresso, mas comerciantes confessam que o reajuste já vem sendo praticado.

Comprar no cartão de crédito pode passar a não ser tão cômodo como tem sido. Acontece que o plenário do Senado aprovou, no início desse mês, uma proposta que permite ao comerciante fazer cobrança diferenciada entre as compras pagas com dinheiro e as feitas com o cartão.
O projeto, de autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR), susta os efeitos da Resolução nº 34/89 do extinto Conselho Nacional de Defesa do Consumidor, que proíbe a diferenciação dos valores. A matéria seguirá agora para análise da Câmara dos Deputados.
Foto: Jailson Soares


 

 

 

 

Caso projeto de lei seja aprovado, empresários poderão cobrar acréscimo nas compras deitas com cartão.

Para o gerente de lojas Ronaldo Câmara, o projeto não muda muito o que já é feito na prática, mas apenas regulariza uma forma de cobrança extra que já é feita em cima dos produtos. “Isso não muda muita coisa. A própria contabilidade do comerciante já faz isso, vão só legalizar. Algumas lojas, inclusive, já fazem o acréscimo direto na hora da compra com o cartão, não é muito longe da realidade”, afirma. Para a empresária Eurenice Alves, de 27 anos, a medida ainda pode ser considerada como uma questão de segurança pública. Para Eurenice, a decisão faz com que as pessoas se sintam obrigadas a andar com mais dinheiro, fato que pode favorecer assaltos e outros crimes.
“É uma decisão boa para os empresários, embora já haja a margem de lucro, mas o pior é a pessoa ter que andar com mais dinheiro e está mais vulnerável a ser assaltada. Nesse ponto, não é uma boa decisão”, coloca.
Atualmente, não se pode ter uma cobrança diferenciada nos preços do pagamento feito em dinheiro de quando é feito com cartão de crédito. A matéria tem sido discutida no plenário do Senado desde a sua aprovação. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), havia assumido um compromisso com Requião de discutir a proposta. O projeto foi aprovado em votação simbólica, no qual nem todos os senadores precisam anunciar como votaram.

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário