O pacote de ajuste fiscal anunciado
pelo governo federal não poupou nem a área social. De acordo com o deputado
federal Felipe Maia (DEM), em virtude dos equívocos cometidos na condução
econômica do governo Dilma Rousseff, serão cortados R$ 111 bilhões. O
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, responsável pelo Bolsa
Família, perderá R$ 3,1 bilhões. O Ministério das Cidades, que cuida do
programa Minha Casa Minha Vida, terá perdas de R$ 7,3 bilhões. E a Saúde
perderá R$ 6 bilhões este ano.
Inclusive, o Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) sofreu com a tesoura do Planalto e terá R$ 19 bilhões a
menos para investir em 2015. “Diziam que a presidente Dilma era a mãe do PAC.
Só se for madrasta ou mãe desnaturada, porque ela vai cortar recursos do
programa responsável pela infraestrutura do nosso país. Isso significa menos
obras para estradas, ferrovias, hidrelétrica, aeroportos e demais ações que
fazem o Brasil crescer”, relatou o parlamentar, em discurso na tribuna da
Câmara, nesta sexta-feira (20).
Felipe Maia destacou ainda o corte de
R$ 14,5 bilhões que será feito na pasta da Educação, o que representa grande
incoerência com o lema deste ano do governo federal: “pátria educadora”. As
universidades federais começaram o ano com um corte de 30% no Orçamento.
Programas como o Pronatec, Ciências sem Fronteiras, Fies, as bolsas concedidas pelo
Capes foram prejudicados com os cortes. “É lamentável promover cortes no pilar
fundamental para o futuro do país”, disse.
Manifestações
Felipe Maia citou a pesquisa
Datafolha mais recente que mostrou a avaliação negativa do governo Dilma que
chegou a 62%. Para contradizer o argumento governista de que os índices
negativos da presidente da República são puxados pelas regiões Sul e Sudeste, o
deputado mostrou que 75% do Centro-Oeste avaliaram o atual governo como ruim ou
péssimo e no Nordeste o índice foi de 55%.
O parlamentar comentou que a
insatisfação é de toda a população e que a prova disso foram os quase dois
milhões de pessoas que ocuparam as ruas no último domingo, 15 de março. “O
poder emana do povo e é para ele que deve ser exercido. O movimento não pode ser
ignorado nem pelo Palácio do Planalto nem pelo Congresso Nacional. É preciso
prestar atenção às vozes das ruas, porque o povo já deu o seu recado, e o
recado foi a decepção da condução econômica do governo do PT”, disse.
Segurança Pública
O democrata também comentou sobre a
falta de segurança no estado. “O Rio Grande do Norte foi destaque na mídia
nacional esta semana por uma série de motins nos presídios. Fomos o terceiro
estado do Nordeste a enfrentar uma onda de rebeliões no sistema prisional neste
ano. A população do estado já alertou que a falta de segurança era o pior
problema da capital em pesquisa recente. Cabe à Câmara dos Deputados e à
Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Casa estender a
sua mão para buscar soluções e fazer um diagnóstico dessa questão”, disse.
Felipe Maia destacou ainda que o Congresso
deve ouvir as ruas no que se refere à redução da maioridade penal. “Devemos
mergulhar e debater muitas vezes assuntos complexos e que dividem opiniões. O
Brasil pede ao Congresso que se debruce sobre esta matéria, que não é a
solução, mas pode representar algum avanço em relação a segurança pública”,
pontuou.
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