A declaração do presidente da Associação dos Promotores de Justiça do Rio Grande do Norte (Ampern), Eudo Leite, de que a polícia “está investigando só preto, pobre e prostituta”, foi uma resposta aos comentários do diretor da Associação Nacional dos Delegados de Polícia, Magnus Barreto. Contudo, acabou “atingindo”, também, a Polícia Civil do RN. Tanto, que na manhã de hoje, o delegado-geral Fábio Rogério enviou uma “nota” – de duas laudas – para responder ao promotor, mas sem se posicionar, necessariamente, contra a proposta de emenda à constituição (PEC 37), que na prática tira o poder de investigação do Ministério Público e que deu origem a essa discussão pública.
Segundo Fábio Rogério, “a colocação foi infeliz e discriminatória, pois não se pode afirmar categoricamente que a Polícia Civil do nosso estado faz diferenciação seja pela etnia, cor da pele, profissão ou condição financeira. Pelo contrário, todas as ocorrências criminosas que chegam às mãos dos policiais civis são investigadas independente se os seus suspeitos são brancos ou negros, se são ricos ou pobres”.
O delegado-geral do RN acrescenta ainda que a Polícia Civil “não escolhe aquilo que quer investigar ou quais pessoas devem prender, mas procura elucidar todos os atos criminosos que venham a ocorrer no nosso estado” e “não está aqui para atender a interesses privados de quem quer que seja, não está aqui para encobrir delitos de poderosos, mas para honrar o compromisso e dever com o povo norteriograndense”.
Fábio Rogério afirmou ainda que são investigados de assaltos a mercadinhos a roubos a bancos, de pequenos a grandes traficantes. “Não existe crime grande ou pequeno, todos são devidamente e minuciosamente investigados e é isso que a sociedade cobra, que os crimes sejam elucidados, seja evolvendo altos ou baixos valores ou até mesmo pessoas influentes”, analisou.
O delegado-geral rebate, também, a declaração de que só o MP investiga crimes praticados por poderosos e cita operações realizadas há, pelo menos, seis anos, ainda na gestão da governadora Wilma de Faria, do PSB. Com relação a crimes investigados contra órgãos públicos, os exemplos dados são de 13, 14 anos atrás. E são justamente essas ações que se questionam a isenção que a Polícia Civil tem para investigar, por ser ligada ao Governo do Estado – e em alguns casos, dependente da Prefeitura.
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