Mesmo antes de lido o requerimento de urgência para a votação do PL
4.470/2012, que restringe o acesso das novas legendas ao tempo de
propaganda na TV e aos recursos do fundo partidário, o tema acirrou os
ânimos no Plenário do Senado.
Senadores de oposição divergiram sobre a proposta. Enquanto Aécio
Neves (PSDB-MG) classificou o projeto de “violência contra a
democracia”, o senador José Agripino (DEM-RN) defendeu o tempo de rádio e
TV e os recursos como “patrimônio do partido que teve seus eleitos com
votos depositados nas urnas”. Aécio Neves ainda reclamou da
“fragilização” do Senado, que teria se tornado uma “casa de vassalagem” e
“extensão do Palácio do Planalto”, opinião acompanhada pelos senadores
Mário Couto (PSDB-PA) e até Roberto Requião (PMDB-PR), que é de partido
da base do governo.
Marina Silva
Requião se disse “indignado e constrangido” com o pedido de urgência.
Ele denominou a proposta de “absurda e desnecessária”. Já Mário Couto
manifestou a intenção de não fazer acordo e afirmou que o governo age
como uma “ditadura branca”, que há muito tempo vem “desmoralizando e
diminuindo” o Senado nas suas atribuições.
Vários senadores apontaram a proposição como uma manobra do governo
federal para prejudicar a oficialização do partido Rede Sustentabilidade
da ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, apontada como provável
candidata à presidência da República.
- Nós estamos aqui definindo de forma casuística quem poderá ser
candidato em 2014 – disse o senador Pedro Taques (PDT-MT) ao afirmar que
o projeto “envergonhava” os congressistas.
Taques também lembrou que muitos dos que apoiaram a criação do PSD, agora querem barrar a criação de novos partidos.

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