O advogado do senador boliviano Roger Pinto Molina disse hoje (11)
que o parlamentar foi ameaçado de expulsão pelo secretário-geral do
Ministério das Relações Exteriores, embaixador Eduardo dos Santos, caso
comparecesse, no dia 3, à sessão da Comissão de Segurança da Câmara para
prestar esclarecimentos sobre a operação que o trouxe ao Brasil. Na
ocasião, advogado de Molina no Brasil, Fernando Tibúrcio, disse
"fatores de ordem conjuntural" levaram o senador a adiar a ida à
comissão.
Tibúrcio fez um aparte durante depoimento do
senador boliviano Roger Pinto Molina à comissão de sindicância
instalada pelo Itamaraty para avaliar a conduta do diplomata Eduardo
Saboia no episódio.
O advogado relatou ao juiz Itagiba Catta Pretta Neto, da 4ª Vara de
Justiça Federal, que horas antes do senador Pinto Molina comparecer à
comissão, recebeu um telefonema do secretário-geral do Itamaraty com a
ameaça. "Tenho instruções para dizer ao senhor que se o senador prestar
depoimento ao Congresso ele vai ser expulso [do Brasil] amanhã", disse
Tibúrcio relatando o teor do telefonema.
A assessoria de comunicação do Itamaraty informou à Agência Brasil
que o telefonema de Eduardo dos Santos apenas recordou ao advogado do
senador os termos da Convenção de Caracas, que define as regras do asilo
político. Um dos artigos da convenção diz que a autoridade asilante não
permitirá aos asilados intervir na política interna do Estado
territorial".
A convenção também não considera legal abrigar pessoas condenadas que ainda não cumpriram a pena. Na
última sexta-feira, autoridades bolivianas vieram ao Brasil entregar
documentos que mostram que Molina responde a cinco processos por desvios
de recursos públicos. Para o governo boliviano, o senador é um delinquente comum.
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