Segunda-feira (1º) é o Dia Mundial de
Luta Contra a Aids, uma doença que infelizmente ainda precisa ser
lembrada. O doutor Dráuzio Varella explica porque a Aids voltou a
assustar e preocupar: “Houve um aumento absurdo dos casos de Aids entre
os jovens nos últimos anos. Neste sentido, o Brasil vai na contramão do
que acontece em outras partes do mundo”, afirma.
O aumento é de mais de 50% em seis anos.
“O principal motivo é o comportamento sexual dos jovens. Acham que hoje
ninguém mais morre de Aids, que se pegar o vírus é só tomar remédio e
está tudo bem. Está tudo bem, não. É uma doença grave. Vai ter que tomar
remédio a vida inteira. A Aids é uma doença grave, que causa sofrimento
e não tem cura”, alerta.
Desde 2006, os casos de Aids nos jovens
entre 15 e 24 anos aumentaram mais de 50%, o que quer dizer mais jovens
soropositivos. No resto do mundo, o número de novos casos de HIV entre
os jovens caiu 32% em uma década. Por que estamos indo na contramão?
“A gente não deixa de transar porque não tem camisinha”, conta um jovem.
“A rapaziada de hoje em dia, não pensa muito nisso”, diz outro jovem.
Hoje é possível saber em menos de 20
minutos se você está ou não infectado com o HIV. Um teste rápido, que
pode ser feito de graça na rede pública de saúde, disponível para
qualquer um. Não precisa marcar hora: é chegar e fazer.
Na última década, 34 mil jovens contraíram o vírus da Aids. Basta um deslize, uma única vez sem preservativo para se contaminar.
Mas se transar sem camisinha, como
Rafaela, você sabe o que fazer? Não adianta você esquecer de usar
camisinha e sair correndo para fazer o teste. O exame leva 3 a 4 semanas
para ficar positivo. Em vez disso, procure a rede pública para receber o
tratamento preventivo, os remédios que vão evitar que o HIV penetre o
organismo. Não é para fazer isso todo fim de semana. É uma medida de
emergência, que deve ser tomada no máximo 72 horas depois do contato
sexual. Passou de 72 horas é tarde demais. O tratamento dura um mês, e
os remédios devem ser tomados todos os dias, rigorosamente. Falhou,
perdeu o efeito.
Esses remédios de emergência, chamados
de profilaxia pós-exposição, ou PEP, estão disponíveis da rede pública,
mas pouca gente sabe. No ano passado, foram usados pouco mais de 20 mil
kits de PEP em todo o país.
“Existe hoje uma falsa sensação de que a
Aids está controlada. Que a Aids não existe mais. Porque não estamos
mais vendo na mídia grandes ícones falecendo com essa doença”, diz
Fernando Ferry, clínico geral especializado em Aids do Hospital Gaffrée
Guinle, no Rio de Janeiro.
Fonte: Blog do Heitor Gregório
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