A revisão do pacto federativo foi a principal
reivindicação feita pelos prefeitos do Rio Grande do Norte durante a reunião
com a bancada do estado, nesta terça-feira (26), na Câmara dos Deputados. Na
atual divisão, 60% da arrecadação ficam nos cofres da União, 24% vão para os
estados e 16% para as prefeituras. No entanto, de acordo com o presidente da
Federação dos Municípios do RN (Femurn), prefeito Francisco Silveira Júnior,
uma série de leis e programas federais são criados sem a contrapartida
financeira do governo federal e os prefeitos acabam arcando com os débitos.
O coordenador da bancada, deputado Felipe Maia
(DEM), destacou a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
172/2012, na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara
dos Deputados, que proíbe a União de delegar a prestação de serviços aos
estados ou municípios sem que haja a previsão, em lei, dos repasses financeiros
necessários. “Essa proposta considera a dificuldade de administrar um
município ou um estado sem recursos suficientes. É fundamental criar benefícios
para a população, mas a União repassar tarefas para os municípios, sem a
reposição financeira, dificulta a administração municipal”, destacou o
democrata.
O senador José Agripino (DEM) informou que será
votado no Congresso Nacional a criação do piso salarial de algumas categorias
profissionais, aumentando os gastos das prefeituras. Na tentativa de não passar
mais despesas aos gestores municipais que já padecem da falta de recursos, o
senador potiguar firmou o compromisso de consultar os prefeitos antes de votar
projetos que criam novas despesas. “Estabelecemos o compromisso de discutir com
os prefeitos antes de votar. É preciso aprovar propostas que o município tenha
condição de pagar e o servidor tenha o benefício", disse.
A crise hídrica do estado também foi destacada como
grande preocupação dos mais de 60 prefeitos, além de vice-prefeitos e
vereadores, presentes no encontro. Municípios como Currais Novos e Acari já
sofrem com a falta de água, e o problema se estenderá a outras cidades em
breve. Felipe Maia destacou que a bancada está empenhada para amenizar o
problema e ressaltou as visitas ao Ministério da Integração Nacional na busca
de alternativas emergenciais.
“Dificuldade orçamentária é o que temos ouvido em todos os lugares, mas a
bancada está unida para encontrar soluções para o abastecimento de água no
estado”, ressaltou.
Outros assuntos como a
retomada da política de subsídio do milho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e
o compromisso dos deputados de votar o mandato de seis anos para as
eleições de prefeito de 2016, foram abordados na reunião que contou com a
presença de toda a bancada do estado.
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