A crise no sistema de ensino brasileiro foi levada
para a tribuna da Câmara pelo deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN). Em
pronunciamento realizado nesta quarta-feira (20), o parlamentar disse que o
governo do PT e da presidente Dilma Rousseff utiliza a Educação do país para
propagar a própria ideologia da legenda.
“O PT vê o ensino como mero meio de propagar a
ideologia do partido e não como o meio, por excelência, de qualificar os
brasileiros. Precisamos de uma Educação livre, sem doutrinação, que promova a
autonomia das pessoas, desenvolva talentos e qualifique profissionalmente os
jovens”, disse o tucano. “Após 13 anos de poder, o do PT não fez avançar a
educação. O mesmo governo que promete Pátria Educadora é o que corta investimentos
e destrói programas como o Fies e o Pronatec”, completou.
Rogério lembrou ainda que as universidades e os
institutos federais de tecnologia também estão sofrendo com os cortes
financeiros realizados pelo Planalto. “O governo não consegue sequer manter,
com dignidade, a sua rede de educação. Isto tudo por falta de planejamento e
pela destruição dos fundamentos econômicos, o que está levando o país à quase
falência”, disse.
O tucano defende que seja feita uma “profunda
reforma da Educação, pactuada pela sociedade e em prol do desenvolvimento do
país. Educação é tema vital e não pode ser tratada meramente como peça de
marketing político como faz o governo do PT”.
Para o parlamentar, ao invés de enfrentar os
problemas no sistema educacional, a presidente Dilma Rousseff prefere “cortar
programas, suprimir direitos dos estudantes e penalizar financeiramente a
Educação. Faz isto para não cortar na carne, para não diminuir cargos
comissionados e suprimir parte dos seus 40 ministérios. Não economiza sua gastança
e sufoca programas e setores sociais responsáveis por atender diretamente a
população.”
A OCDE, Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico, divulgou, este mês, um ranking mundial de educação
no qual o Brasil figurou na 60ª posição. A lista incluiu 76 países de todos
continentes e baseou-se no desempenho escolar em testes de matemática e
ciências. Singapura, Hong-kong, Coréia do Sul e Japão ocuparam as primeiras
posições. Na América latina, o Brasil perdeu para o Chile, a Costa Rica, o México
e o Uruguai. Tivemos notas um pouco maiores do que argentinos, colombianos e
peruanos.
Em março, outro dado vergonhoso foi divulgado pela
imprensa. A organização americana The Conference Board e o Instituto de
Economia da UFRJ, por meio do professor João Saboia, calculou a produtividade
do trabalhador em diversos países. O cálculo consiste em dividir o PIB pela
quantidade de pessoas economicamente ativas. O Brasil figurou entre os últimos
em produtividade do trabalhador. Os dados são de 2013. A produtividade do
trabalho brasileiro correspondia, na data da pesquisa, a 17% do trabalho norte
americano. O Brasil, neste quesito, só ficou a frente da Bolívia. A
produtividade nacional é menor do que no México, Argentina e Venezuela.
“Infelizmente, a Educação está pagando parte do
ajuste financeiro e não terá como horizonte a sua melhoria, já que conserva
problemas estruturais que dificilmente serão enfrentados pelo governo federal.
A tarefa de transformar, de fato, o ensino brasileiro não é de um governante ou
partido. A tarefa é gigante e deve contar com credibilidade popular dos líderes
e força suficiente para reunir os interessados e pactuar mudanças, correções e
aprimoramentos. Certamente, não será um governo combalido e sem credibilidade
que dará conta do recado”, finalizou o deputado.
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