Brasília - Deputado próximo ao presidente da Câmara,
Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o líder do PSC, André Moura (SE), protocolou na
tarde desta terça-feira, 21, requerimentos de acareação envolvendo a
presidente Dilma Rousseff e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil)
e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação).
Os requerimentos
pedem acareação da presidente da República com o doleiro Alberto Youssef
e dos ministros com o do dono da UTC, Ricardo Pessoa, na CPI da
Petrobrás, comandada por outro aliado de Cunha, o deputado Hugo Motta
(PMDB-PB).
A solicitação ocorre uma dia depois de o presidente da
Casa afirmar que aceita ficar cara a cara com Julio Camargo, mas também
lançou a provocação para a presidente e os ministros participarem de
acareação com Youssef e Ricardo Pessoa, da UTC.
Os requerimentos
de acareação vêm como resposta a ameaças feitas por parlamentares
governistas de pedirem uma acareação entre o presidente da Câmara e o
lobista Julio Camargo, que acusou Cunha de pedir propina no valor de US$
5 milhões. A delação ampliou a crise entre Executivo e Legislativo. Na
última sexta-feira, 17, Eduardo Cunha anunciou que havia rompido com o
governo. Deputados do PT e do PSOL já informaram que pediriam a
acareação envolvendo o peemedebista.
Para que as acareações ocorram, elas precisam ser aprovadas pela CPI.
Motta
já marcou as oitivas de J.W.Kim, presidente da Samsung Heavy Industry
no Brasil, e Shinji Tsuchiya, da Mitsui, para 5 de agosto, na volta do
recesso parlamentar. No dia seguinte, está marcada a acareação entre
Youssef e Paulo Roberto Costa.
Citações. Citado
pelo delator Julio Camargo, que disse ter sido pressionado por Cunha
para pagar US$ 5 milhões em propina referente a contratos de
navio-sonda, e também pelo doleiro Alberto Youssef, que apontou o
parlamentar como beneficiário de propinas e também disse que Cunha
estava ameaçando sua família Eduardo Cunha está na mira da Lava Jato,
que rastreia movimentação de contas no exterior utilizadas pelos
operadores que teria sido usadas para repassar dinheiro para o deputado.
Já
Edinho Silva e Aloizio Mercadante teriam sido citados, segundo a
revista Veja, pelo dono da UTC Ricardo Pessoa em sua delação, que ainda
está em segredo de Justiça. Mercadante teria recebido R$ 250 mil da
empreiteira via esquema de desvios na Petrobrás que também teria sido
utilizado para as doações oficiais à campanha de Dilma no ano passado.
Na época, Edinho Silva era o tesoureiro da campanha presidencial do PT.
A
presidente Dilma também chegou a ser mencionada pelo doleiro Alberto
Youssef, que afirmou, sem provas, que ela e o ex-presidente Lula tinham
conhecimento do esquema de propinas na estatal. O procurador-geral da
República Rodrigo Janot entendeu que não caberia investigação contra
Dilma, pois a citação era relativa a um período em que ela não era
presidente e que, portanto, não pode ser investigada.
Fonte: Portal do MSN
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