É a primeira vez em seis semanas que o indicador é ajustado para baixo; mesmo assim, mercado ainda espera preços ainda mais altos neste ano
Alta no preço dos alimentos é reflexo da inflação em patamares elevados(Ricardo Matsukawa/VEJA.com)
Com a taxa básica de juros (a Selic) em patamar elevado, o mercado
baixou a previsão da inflação para o próximo ano, de 5,50% para 5,45%. É
a primeira vez depois de seis semanas consecutivas que o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2016 é ajustado para
baixo. Mesmo com os sucessivos aumentos da Selic e o discurso mais duro
do Banco Central, o mercado ainda via com desconfiança a promessa da
instituição de entregar a inflação dentro da meta no fim de 2016.
O próximo ano tem sido o foco da autoridade monetária, uma vez que já
acredita que será impossível empurrar a inflação para o limite
tolerável da meta em 2015. Em linha com essa tendência, o mercado voltou
a elevar a previsão da inflação para este ano, de 9% para 9,04%.
Trata-se da décima segunda semana consecutiva que o IPCA é reajustado
para cima.
As estimativas foram feitas para o boletim semanal Focus, que é
produzido com projeções de mais de 100 instituições financeiras e
divulgado pelo Banco Central toda segunda-feira.
Os analistas de mercado também mantiveram a Selic em 14,5% - a mesma
previsão da semana passada. Ou seja, eles ainda esperam que o BC vá
aumentar, neste ano, em 0,75% a taxa básica de juros, que está em 13,75%
no atual momento - o maior patamar desde agosto 2006. Apesar disso,
eles projetam que, após chegar a esse nível, a taxa comece a cair até
chegar a 12,06% no fim do próximo ano.
Com os juros e a inflação em níveis altos, os analistas baixaram
ligeiramente - pela sétima semana seguida - a projeção para o Produto
Interno Bruto (PIB) deste ano, de 1,49% para 1,50%. Se confirmado, será o
pior resultado da economia brasileira desde 1990, quando o PIB recuou
4,35%. Para 2016, eles esperam um avanço no PIB de 0,5%.
Fonte: Veja abril
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