O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (7), a Medida Provisória 671/15 – a MP do Futebol –, que vincula o parcelamento de dívidas dos clubes desportivos com a União a práticas de gestão mais transparentes, como conselho fiscal independente e limite para a reeleição de dirigentes. A matéria, cuja vigência se encerra no próximo dia 17, precisa ser votada ainda pelo Senado.
As
novas regras envolvem também as entidades de administração do esporte
(federações, confederações e ligas), tanto em relação ao parcelamento
quanto à gestão transparente. O deputado federal Rogério Marinho (PSDB),
membro da Comissão de Esportes da Câmara, liderou a bancada tucana na
votação do projeto e comemorou a aprovação da matéria.
“A
medida significa o avanço do futebol, práticas novas de governança,
medidas saneadoras, tributárias. São exigidas no projeto de lei
determinadas práticas de governança que estão levando em consideração o
que acontece de mais moderno no futebol mundial, e isso é um passo
significativo no sentido da moralização, da transparência e, sobretudo,
da modernização do futebol brasileiro”, disse o parlamentar.
Segundo
Rogério, o parlamento brasileiro deu sua contribuição “para mudarmos de
vez e virarmos essa página infeliz da história recente do nosso
futebol, olhando para frente e com o apoio de todos aqueles que gostam
do esporte”. Ainda de acordo com o parlamentar, este é um passo
“gigantesco e vigoroso no sentido de fortalecer o futebol e evitar
dissabores como os que tivemos na Copa do Mundo passada”.
Enquanto
a MP original previa o rebaixamento do clube para a divisão inferior ou
a proibição de participar do próximo campeonato como penalidades pelo
descumprimento das regras de gestão transparente, o texto do relator,
deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), modifica essas penalidades. Ele manteve
apenas a proibição de registro de contratações de jogadores como
penalidade que pode ser aplicada pelas federações e confederação contra o
clube que descumprir as regras de gestão.
A
proibição de participar do campeonato foi retirada do texto, mas o
rebaixamento foi mantido para o clube que não comprovar regularidade
fiscal dos tributos federais, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) e do pagamento dos jogadores, inclusive dos contratos de imagem.
Entretanto, o texto não especifica a periodicidade dessa comprovação.
Novas loterias
Uma
das novidades no relatório da MP é a criação de duas loterias para
angariar recursos para os clubes, além da já existente Timemania. As
premiações de todas as três loterias serão isentas do pagamento de
imposto de renda e sua exploração poderá ser concedida à iniciativa
privada.
A loteria instantânea (raspadinha)
Lotex beneficiará os times de futebol que aderirem e concordarem quanto
ao uso de suas marcas e símbolos. Os clubes, inclusive os de outros
esportes, poderão atuar como agentes lotéricos.
Do
total da arrecadação, 65% serão para premiação; 10% para projetos de
iniciação desportiva escolar do Ministério do Esporte; 2,7% para os
clubes de futebol; 18,3% para despesas de custeio e manutenção; 3% para o
Fundo Penitenciário Nacional (Funpen); e 1% para a Seguridade Social.
Já
a loteria por cota fixa será uma espécie de bolsa de apostas sobre os
resultados de quaisquer esportes. Do total arrecadado, 70% serão
destinados à premiação; 16% para despesas de custeio e administração do
serviço; 7% para projetos de iniciação desportiva do Ministério do
Esporte; 3% para os clubes aplicarem no futebol feminino; 3% para o
Funpen e 1% para a Seguridade Social. Essa loteria poderá ser
administrada tanto pela Caixa Econômica Federal quanto por empresas, por
meio de concessão.

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