Autor
do requerimento da audiência pública que ouviu, na manhã desta
quinta-feira (20), o jornalista venezuelano Miguel Henrique Otero, na
Comissão de Relações Exteriores (CRE), o senador José Agripino (RN)
disse que o objetivo de sua solicitação foi fazer com que, por meio de
depoimentos dos perseguidos politicamente na Venezuela, não somente o
Brasil como outros países conheçam as atrocidades praticadas pelo
governo local.
“Recebemos
com frequência denúncias de arbitrariedades feitas pelo governo da
Venezuela. São depoimentos de pessoas perseguidas e torturadas.
Manifestações que nos chegam pela via pública, denúncias graves e sérias
que temos que ter conhecimento para analisar a perspectiva de futuro
daquele país”, frisou o senador. Agripino lembrou ainda que senadores
brasileiros, em visita a Caracas no mês de junho, foram boicotados pelo
governo venezuelano e impedidos de cumprir a agenda política na capital.
Durante
a sessão, a comissão aprovou, por unanimidade, outro requerimento de
José Agripino para realização de audiência pública para ouvir o escritor
Carlos Javier Arrencibia e a estudante Sairam Rivas, também perseguidos
pelo governo Nicolás Maduro. A iniciativa do senador potiguar foi
elogiada por senadores.
“Temos
que agradecer a iniciativa do senador Agripino de manter vivo o tema
‘Venezuela’ no Congresso. Quando se fala de democracia e liberdade não
tem que se respeitar fronteiras e precisamos estar cada vez mais
solidários com o povo perseguido pelo governo venezuelano“, disse o
senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Miguel Otero
Dono
do jornal El Nacional e impedido de deixar o país, Otero é acusado pela
justiça venezuelana de difamar o presidente da Assembleia Nacional,
Diosdaldo Cabello. Isso porque Otero repercutiu reportagem do diário
espanhol ABC sobre denúncia de que o ex-chefe de segurança de Cabello,
Leamsy Salazar, teria participação em crimes como lavagem de dinheiro e
cartel de drogas.
No
momento da divulgação da decisão, o jornalista estava nos Estados
Unidos. Desde então, não retornou ao país de origem e começou uma
campanha junto a organizações internacionais para denunciar os abusos do
regime do presidente Nicolás Maduro. “Agradeço
a oportunidade de vir à comissão para falar não somente da falta da
liberdade de expressão como também da situação geral em que vivem os
venezuelanos. Praticam a violência física a jornalistas e à comunicação
em geral, com a aprovação de leis que ocasionaram no fechamento de meios
de comunicação importantes para o país”, disse Otero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário