Oposição promete resistência desde a tramitação inicial. Bancada
governista argumenta que o tributo é fundamental para o equilíbrio das
contas públicas
Eduardo Cunha: "Como eu sempre disse: é difícil e pouco provável que passe. Neste ano, acho que é chance zero."
A presidente Dilma Rousseff encaminhou nesta terça-feira (22), ao
Congresso Nacional, proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria um
tributo semelhante à antiga CPMF, a Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira. Em caso de aprovação da PEC, todas as
movimentações financeiras serão taxadas em 0,2% por um período de quatro
anos. Com isso, o Executivo espera arrecadar R$ 32 bilhões por ano,
para cobrir os prejuízos da Previdência Social.
Para entrar em vigor, a proposta precisará ser aprovada por pelo
menos 308 deputados e 49 senadores em dois turnos de votação, na Câmara e
no Senado. De acordo com as regras tributárias, a cobrança efetiva só
começaria 90 dias após essa aprovação. O presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha, reiterou nesta terça-feira que a PEC tem pouca
possibilidade de ser aprovada.
"Como eu sempre disse: é difícil e pouco provável que passe. Neste
ano, acho que é chance zero. Pessoalmente, sou contra. Não é criar
imposto que vai resolver o problema, mas a PEC vai tramitar. E vamos ver
o que acontece", disse Cunha.
Carga tributária
O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), argumenta que a "sociedade não admite pagar mais pelo ajuste das contas públicas". Segundo ele, a oposição vai tentar barrar a nova CPMF já a partir da primeira fase de tramitação na Câmara.
O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), argumenta que a "sociedade não admite pagar mais pelo ajuste das contas públicas". Segundo ele, a oposição vai tentar barrar a nova CPMF já a partir da primeira fase de tramitação na Câmara.
"Está claro que toda ênfase do pacote anunciado pelo governo está no
aumento da carga tributária, e isso tem uma resistência enorme aqui no
Parlamento. Não tenho dúvidas de que a CPMF será rejeitada. A oposição
vai atuar desde a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), retardando a
apreciação", ressaltou. Mendonça Filho avalia que a resistência à nova
CPMF também é grande na base governista.
Já o Executivo argumenta que o tributo é fundamental para o
reequilíbrio das contas públicas. O deputado Silvio Costa (PSC-PE),
vice-líder do governo, criticou a resistência prévia da oposição.
"Lamento esse comportamento, até porque a oposição não tem
legitimidade para criticar a CPMF. Quem criou a CPMF em um momento de
crise foi a atual oposição. Quem criou o fator previdenciário foi a
oposição. O PSDB e o DEM com esse tipo de comportamento têm
irresponsabilidade e falta de compromisso. Não há outra palavra", disse
Costa.
O despacho presidencial sobre o envio da PEC da CPMF ao Congresso foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União de hoje, mas o texto ainda da proposta não foi divulgado.
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