O governo já dá como certa a abertura de
um processo de impeachment contra Dilma Rousseff no Congresso e montou
um time de advogados e juristas para defender a presidente. A decisão do
Palácio do Planalto é recorrer ao Supremo Tribunal Federal assim que
algum requerimento solicitando o afastamento de Dilma for aceito pela
Câmara. Em nova reunião realizada com ministros, no Palácio da Alvorada,
Dilma foi informada de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), comandará uma “manobra” pró-impeachment.
A avaliação do governo é de que, acuado
após a denúncia do Ministério Público da Suíça mostrando contas secretas
atribuídas a ele e abastecidas com dinheiro desviado da Petrobrás,
Cunha vai pôr em prática o jogo combinado com a oposição para atingir
Dilma.
Por esse script, o presidente da Câmara
rejeitará, hoje, o pedido dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale
Júnior, propondo a deposição da presidente. A ideia, porém, seria deixar
o caminho aberto para que um deputado da oposição apresente recurso ao
plenário da Câmara. Nesse caso, ainda no roteiro idealizado por Cunha,
esse recurso poderia ser aprovado por maioria simples, composta por 50%
mais um dos deputados, com qualquer número de presentes à sessão.
O advogado Flávio Caetano, coordenador
jurídico da campanha de Dilma à reeleição, foi escalado para coordenar a
defesa da presidente na possível ação de impeachment. O governo
pretende contestar a questão do quórum para a abertura do processo pela
Câmara, uma vez que a Constituição exige dois terços dos parlamentares.
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