A Comissão de Educação da Câmara aprovou,
nesta quarta-feira (18), requerimento do deputado federal Rogério Marinho (PSDB)
que solicita discussão acerca da denúncia de fraudes em pregões do Ministério
da Educação. Reportagem exibida pelo “Fantástico” mostrou evidências de
superfaturamento em compras do programa Brasil Profissionalizado, criado pela
pasta em 2007 para estimular o ensino técnico.
O objetivo era construir escolas, equipá-las,
garantir aulas práticas e preparar os jovens para o mercado de trabalho. No
entanto, equipamentos têm sido adquiridos por preços exorbitantes, dando margem
a interpretações de que há corrupção por trás do projeto.
“Nossa intenção é verificar o que de fato
ocorre. Estamos em meio a um debate em que a palavra de ordem é crise. Precisamos racionalizar recursos”, defendeu Rogério.
Para o tucano, diante desse cenário, é absurdo pensar que verbas para a
educação estejam sendo desviadas.
O parlamentar alertou para a divulgação de
relatório da CGU que aponta fraudes em, pelo menos, 16 mil pregões eletrônicos
do governo federal. “Nos choca que essa imensa quantidade de pregões tenham
indícios de fraudes”, disse.
Para explicar as medidas do Ministério da
Educação contra o desvio de recursos e superfaturamento, o tucano convida para
audiência pública Luiz Claudio Costa, secretário executivo do MEC; Marcelo
Machado Feres, secretário de Educação Profissional e Tecnológica; Antonio
Idilvan de Lima Alencar, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE); e Hugo Marcus Silva Teixeirense, coordenador-geral de
Licitações Compras e Contratos.
“Nosso objetivo não é demonizar o ministério,
mas temos que nos debruçar sobre o assunto, sob pena de sermos considerados
omissos. É importante verificar como isso está acontecendo e que medidas estão
sendo tomadas para que tais práticas sejam coibidas e não continuem
acontecendo”, alertou.
Entre os exemplos mostrados pela reportagem
estão a de uma geladeira, que nas lojas custa R$ 1,4 mil, mas pela qual foram
desembolsados quase R$ 6 mil; o de uma afiadora de ferramenta, de R$ 4 mil por
R$ 72 mil; e de uma caldeira de R$ 30 mil, que ninguém pediu, mas chegou de
surpresa em uma escola onde não tem utilidade.


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