Há algumas semanas uma verdadeira operação de guerra foi montada
pelo Ministério Público do Trabalho para fiscalizar cerca de 50 pequenas
facções instaladas no interior potiguar. Oficialmente, o órgão divulgou
que o objetivo era averiguar as condições de trabalho nesses locais,
com direito a comboio policial e tudo. Diante do ato, o deputado federal
Rogério Marinho (PSDB), levou o assunto para o plenário da Câmara.
Em
discurso, o parlamentar, que é criador do Programa de Industrialização
do Interior (Pró-Sertão) do qual fazem parte as facções fiscalizadas,
disse que a ação "desproporcional" do MPT teve como objetivo "intimidar
micros e pequenos empresários" do Estado. Para o tucano, a operação foi
um "verdadeiro absurdo que desvirtua a atuação do órgão, enfraquece-o
diante da sociedade e só traz prejuízos para o trabalhador e para os
empresários".
"Parece que o trabalho e o
desenvolvimento não são bem-vindos. Parece que o empresário é algum tipo
de delinquente que não merece respeito. Fomos surpreendidos com uma
operação do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte que
arregimentou uma operação desproporcional para intimidar micro e
pequenos empresários têxteis do interior", disse Rogério. O Pró-Sertão
conta com mais de 70 facções e gera mais de 3000 empregos diretos
levando desenvolvimento e renda para o interior do estado.
O
deputado enfatizou que não questiona o poder e o dever de fiscalizar
que o MPT possui, mas, sim, os métodos empregados na operação. "Houve
uma completa subversão das prerrogativas do órgão, uma vez que uma
verdadeira operação de guerra foi montada para fiscalizações rotineiras,
com o emprego de tropas policiais e operação de comboio", completou.
Rogério
lembrou que, além do MPT, outros setores governamentais "parecem
trabalhar para o insucesso da industrialização" potiguar. Após relembrar
críticas semelhantes feitas por dois líderes empresariais do Brasil e
do RN, respectivamente Flávio Rocha e Sílvio Bezerra, o parlamentar
lamentou o fato da Guararapes ser praticamente obrigada a levar fábricas
para o Paraguai, onde é mais barato produzir. A empresa investirá 10
milhões de dólares e criará cerca de 2000 empregos no país vizinho.
Por
fim, o deputado federal cobrou uma completa reforma estrutural no país,
em termos de produção de energia, melhoria nos modais de transporte e
na criação de uma rede ferroviária. "É necessário eliminar a corrupção,
dar condições para o empresário trabalhar, acabar com o toma lá dá cá
que favorece poucos e sacrifica os honestos. Precisamos de uma reforma
tributária, de uma reforma logística e, principalmente, de uma reforma
de mentalidade, onde o governo pare de demonizar os empresários e as
empresas, e as auxilie não com pixulecos, mas com um ambiente favorável e
propício para os negócios", concluiu.
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