As
cidades brasileiras estão em crise. Dados divulgados em reportagem da Folha de
S. Paulo na última terça-feira (5) revelam que em 38 dos 50 municípios mais
populosos do país houve queda nas receitas de impostos de janeiro a outubro de
2015 em relação ao mesmo período de 2014. Em Natal, a redução foi de 91%, a
maior entre as capitais do país. Segundo o deputado federal Rogério Marinho
(PSDB), o quadro é reflexo da incompetência do PT na gestão das finanças
públicas do país ao longo dos últimos 13 anos.
Na
avaliação de Rogério, as gestões de Lula e Dilma se caracterizaram pelo
desrespeito às boas práticas financeiras. “[A partir de] quando Lula nos impõe
Dilma Rousseff em 2010, de lá para cá o que ocorreu foi um grande estelionato
eleitoral. O país começou a gastar muito mais do que podia. Dilma,
principalmente em 2014, por ocasião da sua reeleição, simplesmente abriu mão de
qualquer responsabilidade fiscal. Gastou excessivamente, conseguiu simplesmente
aniquilar as contas públicas. Essa conta está estourando no bolso dos
consumidores brasileiros e isso cria uma espécie de ciclo vicioso na economia”,
disse.
Segundo
o parlamentar, que é presidente de honra do PSDB no Rio Grande do Norte, a
economia paralisada gera um efeito pernicioso na arrecadação e repercute no
ICMS. “Não é de se estranhar que tenha uma queda expressiva na arrecadação
própria dos municípios e estados no bojo dessa enorme crise gerada pela
incompetência administrativa, pela incapacidade gerencial que esse governo vem
demonstrando ao longo dos anos. Essa incompetência, ainda por cima, é aliada ao
processo de aparelhamento e corrupção da máquina pública”, critica Marinho,
ressaltando que o país passa por uma crise ética, econômica e moral, além de
uma quebra generalizada de confiança.
“Os
municípios estão sofrendo essa queda de arrecadação e vão precisar, mais do que
nunca, fazer um esforço extraordinário para adequarem suas máquinas públicas ao
tamanho das suas perspectivas de arrecadações em ano eleitoral”, diz o tucano.
Com
a redução nos recursos do Imposto Sobre Serviços (ISS), uma de suas principais
fontes de receitas, essas grandes cidades arrecadaram, juntas, R$ 2,7 bilhões –
o que equivale a 4% a menos se comparado ao ano anterior. Outros dois fatores
responsáveis pela queda dos recursos são o corte nos repasses dos Estados e
União. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), principal
tributo cobrado pelos Estados, tem uma parcela de 25% destinada aos municípios.
Entre as 50 cidades pesquisadas, 43 registraram queda nas transferências
intergovernamentais.
Segundo
o jornal, a queda é mais acentuada nas cidades que sediaram a Copa do Mundo em
2014 e fizeram obras de infraestrutura para receber o torneio. Exceto o Rio de
Janeiro, que se prepara para sediar a Olimpíada neste ano, as outras 11
cidades-sede da Copa registraram uma soma de R$ 3 bilhões de queda nos
investimentos (40% a menos).
“O
governo central arrecada mais do que os municípios e os governos de estado e
não repassa os recursos na mesma velocidade que repassa as responsabilidades.
Por outro lado, historicamente, alguns municípios têm sido, como a cidade de
Natal, meros administradores de folha de pagamento. Então, rediscutir o Pacto
Federativo é essencial e, qualquer que seja o próximo governante do país, essa
tem que ser, sem dúvida nenhuma, uma das principais bandeiras”, aponta Rogério
Marinho.
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