A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou nesta
quarta-feira (11) relatório do deputado federal Rogério Marinho (PSDB),
sobre indicadores de qualidade no ensino. O texto faz um diagnóstico do
baixo desempenho educacional do Brasil e propõe uma série de medidas a
serem tomadas para a melhoria da educação no país.
"Um país que deseja ser desenvolvido precisa concentrar esforços de
maneira prioritária na educação. O progresso econômico e social, que é
buscado por todas as nações, só é alcançado quando governos empreendem
políticas educacionais eficientes. Este é o exemplo observado nos países
que dão certo", disse o deputado Rogério Marinho no relatório.
Entre as recomendações apresentadas no documento, destaque para a
implantação de um Sistema Nacional de Estatísticas e Avaliação da
Educação Básica. A Lei que criaria o novo equipamento definiria os
instrumentos e a efetiva participação da União, Estados, Municípios e da
sociedade no processo de avaliação escolar. Também seriam esclarecidas
as obrigações de cada ente da federação e a obrigatoriedade dos testes.
Na Lei, deverá ser recomendada a instauração de um Conselho de
acompanhamento da Avaliação Nacional, com participação de representantes
oficiais dos Entes Federados, CNE, MEC, Inep, IBGE, IPEA, Universidades
e representantes da sociedade, pais, alunos e professores. Seria um
Conselho Consultivo e de Fiscalização da execução das provas, datas
previstas e divulgação de resultados e qualidade dos testes; é
imprescindível que este conselho possa contratar pareceres sobre a
execução e qualidade metodológica dos testes e dos dados coletados, bem
como do banco nacional de itens e do trabalho do Inep.
"Tal sistema de avaliação deve informar adequadamente à sociedade e
às comunidades escolares sobre a qualidade da educação, ou seja, sobre o
desempenho escolar dos estudantes em disciplinas centrais da vida
escolar do ensino básico. Ao mesmo tempo, o sistema deve sinalizar e ser
capaz de ajudar a gerar mudanças pedagógicas e de gestão para o alcance
de padrões de excelência escolar no País", completa o relatório.
Segundo Rogério, "o que se espera é que os resultados escolares
extraídos do sistema de avaliação do desempenho escolar possam servir
como parâmetros pedagógicos para a melhoria dos programas de formação de
professores e levar à criação de programas de capacitação por parte do
MEC para utilização dos indicadores da educação nas salas de aula".
Nesse novo sistema de avaliação, a Prova Brasil passaria a ser
obrigatória para todas escolas públicas e privadas, rurais e urbanas,
que ministrem as etapas e séries previstas para a avaliação. Os testes
da Prova Brasil deverão ser aplicados no 2º ano do ensino fundamental,
com matriz de alfabetização e Matemática, com a mesma qualidade
psicométrica da Prova Brasil, no 5º ano do ensino fundamental com as
disciplinas de Matemática, Português e Ciências, no 9º ano do ensino
fundamental, com testes de Matemática, Português e Ciências e no 3º do
ensino médio, em Matemática, Português e Ciências.
Como complemento, a Lei deverá prever a obrigação da publicação de
todos os resultados e disponibilização dos microdados até um ano após a
aplicação das provas, que são bianuais. A Lei, ainda, deverá prever que
pelo menos 85% dos estudantes matriculados no ano da Prova Brasil e que
frequentaram o último mês de aulas anterior sejam submetidos aos testes.
Ademais, a Lei deverá instituir o Censo Escolar como um dos
instrumentos do Sistema Nacional de Estatísticas e Avaliação da Educação
Básica e determinar a feitura, aos moldes do Censo Escolar, de um Censo
Nacional dos Professores da Educação Básica a ser feito de dois em dois
anos.
"A instituição e regulamentação de um Sistema Nacional de
Estatísticas e Avaliação da Educação Básica é uma etapa necessária para
ajudar a consolidar um sistema educacional básico de qualidade, com a
geração de informações precisas de desempenho escolar necessárias ao
planejamento escolar e gestão adequada dos Sistemas de Ensino do País",
disse o parlamentar.
O que se espera é que os resultados escolares extraídos do sistema
de avaliação do desempenho escolar possam servir como parâmetros
pedagógicos para a melhoria dos programas de formação de professores e
levar à criação de programas de capacitação por parte do MEC para
utilização dos indicadores da educação nas salas de aula. "Somente dessa
maneira, pode-se superar a condição de simples diagnóstico da avaliação
para torná-la instrumento técnico de elevação dos padrões escolares no
Brasil", finalizou Rogério.
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