“O
PT ao longo de 13 anos deixou um legado de equívocos na educação”. A
opinião é do deputado federal Rogério Marinho, presidente de honra do
PSDB no Rio Grande do Norte. Ainda de acordo com o parlamentar, o Brasil
“não tem ensino eficiente e quase nenhum avanço pode ser constatado na
melhoria da qualidade”. O tucano defende a realização de uma reforma no
sistema educacional e na formação de professores.
Em
artigo divulgado neste final de semana, Rogério diz que “não se pode
almejar educação de qualidade sem levar em conta a aprendizagem dos
estudantes, retratada pelos índices de proficiência em disciplinas
centrais do conhecimento, tais como a própria língua materna e a
Matemática. O PT preferiu fomentar apenas demandas coorporativas e
eleitoreiras”.
“Urge
uma ampla reforma educacional, em todas as etapas de ensino e centrada
em modificações na gestão, nos recursos pedagógicos, na formação dos
professores e nas práticas de ensino”, acrescenta. Leia o texto completo
abaixo.
A raiz do problema educacional
Deputado Federal Rogério Marinho
O
PT ao longo de 13 anos deixou um legado de equívocos na educação. Ao
contrário da falácia da “pátria educadora”, o País não tem ensino
eficiente e quase nenhum avanço pode ser constatado na melhoria da
qualidade: prosseguimos com um alto percentual de analfabetismo formal e
funcional, com baixas taxas de conclusão do ensino fundamental e médio,
baixas taxas de conclusão no ensino superior e desempenho escolar muito
aquém do mínimo esperado.
Segundo
a Avaliação Nacional da Alfabetização, realizada pelo MEC no ano de
2014, somente 11% dos estudantes de 3º ano do ensino fundamental
obtiveram desempenho adequado em leitura. São muitas as evidências que
comprovam o baixo desempenho, principalmente, no ensino fundamental e
médio regulares das escolas públicas e privadas: um universo de mais de
37 milhões de matriculados.
Não
se pode almejar educação de qualidade sem levar em conta a aprendizagem
dos estudantes, retratada pelos índices de proficiência em disciplinas
centrais do conhecimento, tais como a própria língua materna e a
Matemática. O PT preferiu fomentar apenas demandas coorporativas e
eleitoreiras.
Os
baixos padrões de aprendizagem são determinantes para a baixa
produtividade do trabalhador e a ausência constante de inovação
tecnológica na produção nacional. Impactam, também, na manutenção
geracional de pobreza e das desigualdades socioeconômicas. Perdemos mais
de uma década. O PT não foi capaz de fazer a reformulação da formação
dos professores para gerar impactos nas salas de aula e alcançar níveis
aceitáveis de desempenho escolar por parte dos estudantes.
Hoje,
pode-se afirmar que a formação para o magistério é extremamente
deficitária em metodologias de ensino, alfabetização baseada em
evidências científicas e como usar recursos para o melhor aprendizado.
Essa formação é teórica e doutrinária (geralmente de viés marxista ou
pós-marxista), pior, trabalhando de forma majoritária o construtivismo
que deseduca e atua fortemente na fragilização da alfabetização de
nossas crianças amplamente demonstrado por diagnósticos nacionais e
internacionais de proficiência além de não preparar, de fato, o
professor para enfrentar a realidade cotidiana do sistema de ensino.
O
professor recém-formado não conhece as etapas de desenvolvimento das
crianças e dos jovens; não está instrumentalizado para preparar e
planejar aulas; não conhece em profundidade os testes de avaliação. A
situação é ainda pior nos cursos de licenciaturas. O estágio não atende
aos requisitos mínimos para dar experiência aos novatos.
Urge
uma ampla reforma educacional, em todas as etapas de ensino e centrada
em modificações na gestão, nos recursos pedagógicos, na formação dos
professores e nas práticas de ensino.
Estabelecendo
objetivos de aprendizado claros e adequados às redes de ensino, bem
como um currículo básico fincado em evidências científicas. É preciso ir
muito além de diretrizes vagas e adotar orientações mais específicas.
O
Brasil jamais será um país desenvolvido se não formar adequadamente
seus professores. A verdadeira valorização do magistério, decididamente,
só é possível se houver uma ampla reforma de sua formação. Devemos
enfrentar este problema que é o maior do sistema de ensino brasileiro.
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