04 outubro 2016

Desvios no Idema chegam a R$ 35 milhões, aponta relatório do TCE/RN



G1 RN – O “maior desvio de recursos públicos que se tem notícia na história do Rio Grande do Norte” é superior ao que se havia apurado anteriormente. Um relatório elaborado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) aponta que foram desviados R$ 34.943.970,95 do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema/RN) entre os anos de 2011 e 2015. Um levantamento feito pelo Ministério Público chegou a R$ 19 milhões desviados, isso no período de 2013 a 2014. Essa apuração do MP culminou na deflagração da Operação Candeeiro, em 2 de setembro do ano passado.
A expressão “maior desvio de recursos públicos que se tem notícia na história do Rio Grande do Norte” foi usada 16 vezes pelo juiz Guilherme Newton Pinto, da 6ª Vara Criminal, na sentença condenatória do processo da Operação Candeeiro. O juiz se referia aos R$ 19.321.726,13 levantados pelo MP, “dinheiro esse que deixou de se destinar ao bem-estar da população em geral, sobretudo em um Estado pobre”, citou ele na sentença condenatória proferida em 25 de abril passado.
Agora, o relatório de 298 páginas elaborado pela comissão de auditoria do TCE a pedido do MP aponta quase R$ 35 milhões desviados. O documento foi obtido com exclusividade pelo G1. Segundo os cinco inspetores de Controle Externo que assinam o documento, o objetivo foi analisar dados do Idema “nos sistemas de informação de controle e nos dados eventualmente fornecidos por instituições financeiras, sobretudo as movimentações bancárias havidas nas contas de titularidade do órgão e não registradas no SIAF/RN, atinente aos exercícios financeiros 2011 a 2015, na tentativa de apurar eventuais irregularidades perpetradas”. O SIAF/RN é o Sistema Integrado de Administração Financeira, vinculado à Secretaria de Planejamento e Finanças do Governo do Estado.
O relatório de auditoria 116/2016 revela que, ao todo, foram efetuados 907 pagamentos irregulares com dinheiro proveniente de contas do Idema. Esses pagamentos foram feitos a pessoas físicas e pessoas jurídicas no período compreendido entre 19 de outubro de 2011 e 7 de janeiro de 2015. Os responsáveis pela fraude movimentavam cinco contas bancárias, intituladas conforme sua destinação como “Arrecadação APA Bonfim Guaraíra”, “Taxas – Arrecadação Ambiental”, “Arrecadação APA Jenipabu”, “Arrecadação de Taxas Ambientais” e “Manutenção e Funcionamento”.
 



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