Lula percorrerá nove Estados nordestinos. Visitará 25 cidades em 18
dias. Ele chama a aventura de “caravana”, um eufemismo para campanha
eleitoral fora de época —coisa proibida por lei. O ex-mito do PT se
apresenta ao eleitorado com uma condenação tatuada na testa: 9 anos e
meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Lula é, no momento,
mais candidato à cadeia do que à Presidência da República. Mas ele faz
pose.
Enquanto aguarda pelo julgamento do recurso que seus advogados
ajuizaram no Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, em Porto Alegre,
Lula se comporta como Lula. Usa dinheiro público do fundo partidário
para ostentar uma candidatura presidencial que pode virar pó se a
segunda instância do Judiciário confirmar a sentença de Sergio Moro.
A caravana de Lula é uma iniciativa político-religiosa. Todos sabem,
inclusive os petistas, que Lula pode se tornar um ficha-suja. Mas o
ingrediente da dúvida não faz parte do credo do PT. O partido se
alimenta da certeza de que seu único líder é uma potência moral, que não
deve contas senão à sua própria noção de superioridade. Impedido de
discutir um Plano B, o PT se arrisca a afundar junto com o personagem
que o fundou.
JOSIAS DE SOUZA
Fonte: Blog do BG
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