08 setembro 2017

Do caseiro Francenildo ao ex-prefeito Celso Daniel: o que Palocci pode delatar

De Antônio Palocci, o homem da mais extrema confiança do PT, de Lula e de Dilma Rousseff, dando claros sinais ao juiz Sérgio Moro, em depoimento ontem, de que pretende falar tudo o que sabe sobre tudo e sobre todos.
“Esse é apenas um capítulo de um livro um pouco maior do relacionamento da Odebrecht com os governos Lula e Dilma”…
E no livro de Palocci, além do caso Odebrecht – pai e mãe de Lula – ainda deverão muitos capítulos, já que em abril passado, no primeiro depoimento a Sérgio Moro, Palocci sinalizou que se abrisse a boca daria munição para mais um ano de investigações…
Capítulos como esses, por exemplo:
-A determinação de Palocci à Caixa Ecnômica para quebrar, sem mandado judicial, o sigilo do caseiro Francenildo, que cuidava da mansão onde o petista reunia lobistas para tratar de distribuição de dinheiro e promovia festas com a presença de garotas de programa para agradar aos ‘doadores’…
-A morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, a quem Palocci substituiu como coordenador de campanha de Lula. Morte até hoje não esclarecida, mas constatada que depois dele ocorreu uma cadeia de casos, com mortes também não esclarecidas. Sete pessoas ligadas ao crime morreram em circunstâncias também misteriosas, entre acusados, testemunhas, um agente funerário, um investigador e o legista do caso…
-A relação com o grupo J&F. Palocci é tido como amigo pessoal dos meninos ‘Batista’ e o falastrão Joesley, que cita todo mundo, não dá um pio sobre Palocci e nem um pio sobre Lula. O grupo se agigantou exatamente no governo Lula quando Palocci era ministro da Fazenda…
-O mensalão…
-Porque ele como médico virou o interlocutor do ex-presidente junto aos empresários e aos mercados e virou ministro da Fazenda…
-E ainda a lista de agentes políticos que recebiam dinheiro de origem ilícita transformado em Caixa 1, mas também em caixa 2, para suas campanhas eleitorais. Sobre essa lista Palocci sinalizou no depoimento de ontem.
Antes de Palocci começar a falar ontem, o representante do Ministério Público presente à audiência na Justiça Federal, confirmou que Palocci procurou o MP para tratar de delação premiada, mas que ainda não apresentou provas nem prestou depoimento.
Palocci está preso há um ano.


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