05 julho 2020

Carlos Alberto: Álvaro faz gestão “arbitrária”

Pré-candidato do PV à Prefeitura do Natal criticou atual gestão municipal pela condução na crise e afirmou que prefeito Álvaro Dias buscou se aproveitar da pandemia para contratar empresas de familiares


P
ara o professor universitário Carlos Alberto Medeiros, a prioridade neste momento em que a pandemia do novo coronavírus ainda não está controlada no País deve ser a assistência aos pacientes com Covid-19. A retomada das atividades econômicas, na avaliação dele, deve acontecer de forma gradual, à medida que houver disponibilidade de leitos de internação para quem ficar doente.

Às empresas, que amargam prejuízos por causa do fechamento do setor produtivo, o especialista em administração recomenda que este é o momento de renegociar contratos e dívidas com credores e avaliar os novos hábitos dos consumidores para se adaptar ao cenário pós-pandemia que se avizinha.
Nesta entrevista ao Agora RN, Carlos Alberto – que é pré-candidato a prefeito de Natal pelo PV – também analisa o desempenho da gestão pública no combate à pandemia do coronavírus e tece críticas especialmente ao atual prefeito, Álvaro Dias, que governadora, segundo Carlos Alberto, de forma “arbitrária”.
Acompanhe a entrevista:
AGORA RN – O setor produtivo amarga forte prejuízo por causa do isolamento social. Na sua opinião, como conciliar os interesses econômicos e a política de saúde para preservar vidas?
CARLOS ALBERTO MEDEIROS – O mais importante neste momento é a garantia de que haverá vagas para atender as pessoas que adoecerem. As atividades econômicas devem ser reabertas gradativamente à medida em que sobrem vagas nos hospitais, mostrando que a epidemia está controlada.
AGORA RN – O senhor tem doutorado em Administração de Empresas. Como especialista, que conselho daria para os empreendedores que estão praticamente sem faturamento neste momento?
CAM – Procure renegociar todos os contratos, porque a retomada da atividade econômica será lenta. Também é necessário renegociar com seus credores. É muito importante envolver todos os funcionários e mostrar a situação real da empresa. Procurar os financiamentos governamentais, a exemplo dos oferecidos pelo Banco do Nordeste, para aguardar a retomada. Importante também reavaliar os novos hábitos dos consumidores pós-pandemia e lançar novos produtos e serviços.
AGORA RN – Na sua avaliação, como será a rotina das empresas no pós-pandemia? Acredita que transformações trazidas pelo coronavírus, como adesão em massa ao home office, serão permanentes?
CAM – Muitos custos serão reduzidos para se adequar à redução da atividade econômica e às mudanças nos hábitos durante a pandemia. Reuniões virtuais e trabalho em casa viraram realidade e com certeza ficarão.
AGORA RN – Como o senhor avalia a condução da crise do coronavírus pela Prefeitura do Natal?
CAM – O atraso na abertura do hospital de campanha foi um risco enorme para os natalenses. Por pouco não entramos em colapso. Além disso, a contratação do pessoal do hospital de campanha por uma empresa terceirizada pertencente a familiares do prefeito Álvaro Dias era um absurdo. Se aproveitar da pandemia para agir dessa forma foi um comportamento desprezível. Ainda bem que a Justiça agiu a tempo e impediu isso.
AGORA RN – Qual a sua avaliação sobre o desempenho do Governo do Estado no enfrentamento à pandemia?
CAM – O Governo do Estado foi lento para iniciar as ações. A pandemia dava todos os sinais de que precisávamos de leitos de UTI com urgência. Mesmo assim, a implantação não foi rápida. Estamos com a capacidade máxima atingida, principalmente leitos críticos de UTI, que vêm faltando continuamente.

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