15 julho 2022

Polícia Civil conclui que não houve motivação política em morte do tesoureiro do PT, em Foz do Iguaçu

A Polícia Civil do Paraná concluiu que não houve motivação política no assassinato do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Jorge Guaranho foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar perigo comum, de acordo com a delegada Camila Cecconello.

 crime aconteceu no sábado (9). Marcelo Arruda, de 50 anos, foi morto a tiros na própria festa de aniversário, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente Lula.

O que diz a Polícia
A delegada afirmou que Guaranho atirou contra Marcelo por ter se sentindo ofendido, já que o petista jogou um punhado de terra e pedra contra o carro dele, após provocação política. Segundo testemunhas, os dois discutiram sobre suas ideologias e seus pensamentos políticos. Guaranho falava palavras de apoio a Bolsonaro e contra o Lula, enquanto Marcelo se manifestava contra o Bolsonaro e a favor do Lula.

Entretanto, a policial afirma que a morte não foi provocada por motivo político, por ter entendido que os disparos tenham sido feitos após uma escalada na discussão. Segundo a delegada, nesse primeiro momento o agente penal chega a sacar e apontar a arma contra a vítima, mas vai embora. As investigações mostram que Guaranho deixou a esposa e o filho em casa e disse: isso não vai ficar assim, nós fomos humilhados, né? Ele nos provocou, nos humilhou, eu vou retornar. 

"É difícil nós falarmos que é um crime de ódio, que ele matou pelo fato de a vítima ser petista", afirmou a delegada.
Segundo os depoimentos prestados à polícia, as pessoas que estavam presentes na festa ficaram assustadas e preocupadas com a possível volta do policial penal. Marcelo, a vítima, pegou a arma institucional dele e guardou na cintura. Já outras pessoas da festa foram até a portaria do clube e pediram para o porteiro fechar o portão com medo de que o autor retornasse. Guaranho chega logo depois, encontra o portão fechado, é interpelado pelo porteiro, mas sai do carro abre o portão e fala para o porteiro: sai da frente que o problema não é com você, eu vou entrar.

Na porta do clube, segundo as testemunhas, tanto a vítima quanto o autor ficam por cerca de três a quatro minutos um apontando a arma para o outro, até que Guaranho começa a atirar e entra no salão. O agente entra dentro da festa, efetua mais alguns disparos, e a vítima em solo começa a revidar esses disparos atingindo também o agente penitenciário que cai ao chão. Ambos ficam feridos, mas Marcelo morre pouco depois.

'"Segundo os depoimentos, que é o que temos nos autos, ele voltou porque se sentiu ofendido com essa escalada da discussão, com esse acirramento da discussão entre os dois", disse.

A delegada avalia ainda que Guaranho não planejou o crime pois, embora tenha recebido a informação de que a festa tinha temática do PT e tenha ido até lá para provocar com música de Bolsonaro, cometeu o crime em um segundo momento.

Ainda segundo a delegada, para se enquadrar em motivação política, seria necessário identificar um desejo de Guaranho em impedir os direitos políticos de Marcelo, o que, para ela, seria "complicado de dizer".

"Para você enquadrar em crime político, tem que enquadrar em alguns requisitos. É complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir os direitos políticos da vítima. Parece mais uma coisa que se tornou pessoal", afirmou Camila.

Conforme a delegada Iane Cardoso, a Polícia Civil também abriu um inquérito para apurar as agressões sofridas por Jorge Guaranho após ele atirar contra Marcelo Arruda. Três pessoas são investigadas pelo caso.

A polícia também aguarda um laudo pericial para determinar a gravidade das agressões sofridas pelo policial penal federal.

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Fonte: Blog do Gustavo Negreiros



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