06 dezembro 2022

Passeio volta a garantir ao Brasil vantagem física na Copa

 


Foto: Ian MacNicol/Getty Images

Por Julio Gomes, UOL

Foi um baile, a noite perfeita para Tite e a seleção brasileira nos 4 a 1 sobre a Coreia do Sul. Foi a parte física que fez a diferença? Talvez. Um time entrou em campo descansado e confiante, enquanto o outro entrou em campo sabendo que o outro era melhor, estava descansado e confiante. Mesmo que a parte física não possa ser comprovada, ela estava lá, na cabeça de todos os envolvidos. Fez parte do confronto.

Tanto que, na véspera, o técnico da Coreia, Paulo Bento, só falou disso. Tite acertou em cheio ao poupar o time titular contra Camarões. Ninguém quer perder jogo em Copa, qualquer derrota é prato cheio para as cornetas soarem e teses serem “comprovadas”, mas a seleção brasileira está aqui para ganhar o torneio, não para ganhar todos os jogos. Se poupar significava ter alguma vantagem – e teve -, era o caminho a ser seguido.

Só acho muito estranho o fato de Neymar ter jogado quase a partida inteira – saiu aos 35min do segundo tempo. O cara estava machucado, era dúvida, é a grande estrela do time. Já dava para ter tirado no intervalo que não faria diferença alguma para o jogo.

O fato é que a seleção já leva para as quartas de final, contra a Croácia, uma vantagem física que, se não é igual à que teve contra a Coreia, é parecida. O Brasil precisou jogar meia hora contra a Coreia e depois só esperou o tempo passar, enquanto a Croácia jogou mais de 120 minutos de correria contra o Japão.

Daqui a quatro dias, todos estarão em campo novamente. Jogar segunda e sexta é a mesma coisa que jogar domingo e quinta, para trazer um pouquinho para nossa realidade de futebol de clubes. Se um técnico poupa no domingo para jogar na quinta uma partida, digamos, de Libertadores, e não nos escandalizamos, por que tanto barulho por uma escalação com reservas em um jogo pouco transcendental na Copa?

Tem mais. Brasil e Croácia se enfrentarão com dois dias de “déficit” em relação a Argentina e Holanda, que se enfrentam no mesmo dia, sexta. Os vencedores das duas partidas jogarão uma semifinal.

Tite tirou Militão, que vinha de três partidas seguidas, para dar lugar a Daniel Alves. E prestou homenagem ao colocar Weverton no lugar de Alisson – um pouco estranho, convenhamos, mas vá lá.

Neymar não foi o melhor em campo nesta segunda, mas é realmente impressionante como a simples presença dele ajuda o sistema. O time tem dois pontas abertos, é um tanto quanto “engessado” como esquema tático e, para que funcione, é necessária a presença de Neymar atraindo defensores e quebrando uma ou outra linha com dribles e passes rápidos. Eu achava que não, mas concedo. Só funciona quando ele está.

Um gol no começo condiciona qualquer partida. Um gol no começo do Brasil “mata” qualquer partida. Difícil imaginar a seleção de Tite sofrendo uma virada na Copa do Mundo.

Vinícius Júnior fez a grande partida dele como jogador da seleção. Fez o primeiro gol, crucial, em uma jogada em que havia muitos jogadores da Coreia entre ele, a bola e o gol. Mas teve tranquilidade para encontrar a finalização correta. No quarto gol, deu uma assistência espetacular, com cavadinha, para Paquetá chutar de primeira.

A partir daí, foi um jogo para ver se Raphinha desencantava. Não teve sorte, mas fez um bom jogo. Está tudo certo com o Brasil.

Por Julio Gomes, UOL

Fonte: Blog do BG



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