A recuperação do mercado de trabalho e o pagamento do então Auxílio Brasil no valor de R$ 600 em 2022 levaram a população brasileira a experimentar uma melhora tanto no rendimento, quanto no nível de desigualdade – que chegou ao menor patamar em uma década, apesar de ainda ser uma das mais altas do mundo. As informações são da “Pnad Contínua: Rendimento de todas as fontes 2022”, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.
O índice de Gini domiciliar per capita, que mede a desigualdade, passou de 0,544 em 2021 para 0,518 em 2022, menor valor desde 2012, início da série histórica. O indicador varia de 0 e 1, onde quanto mais perto de zero, menor é a desigualdade de renda; e quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade.
Alessandra Brito, analista do IBGE, lembra que a desigualdade havia aumentado na passagem de 2020 para 2021 diante da redução do valor do auxílio emergencial e de sua interrupção no final daquele ano, com um mercado de trabalho que ainda se recuperava de forma gradual. Mas a desigualdade recuou em 2022 por dois fatores principais:
— Essa redução da desigualdade é reflexo de um mercado de trabalho menos desigual. Além disso, teve o pagamento do programa do Auxílio Brasil, em substituição ao programa Bolsa Família, com valor de R$ 600. Tudo isso contribuiu — explica Alessandra Brito, analista do IBGE.
Ela faz uma ressalva:
— Apesar da diminuição, a desigualdade no Brasil ainda é alta, em comparação com outros países.
Em 2022, a renda do 1% mais rico (cuja renda domiciliar per capita é de R$ 17.447) era 32,5 vezes o rendimento médio dos 50% que ganham menos (R$ 537). Em 2021, essa razão era de 38,4 vezes.
A renda domiciliar per capita chegou a R$ 1.586, alta de 6,9% frente a 2021, quando havia registrado o menor valor (R$ 1.484) da série. Com isso, a massa do rendimento mensal real domiciliar per capita chegou ao recorde de R$ 339,6 bilhões.
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Fonte : Tribuna do Norte
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