Enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta engatar tratativas de paz com um agronegócio cada vez mais forte na economia — e no Congresso –, o setor se movimenta para garantir a aprovação de pautas urgentes ao campo. Reportagem de capa de VEJA desta semana mostra que, entre as prioridades da bancada ruralista no Legislativo, está a defesa da chamada agenda de “desburocratização”.
Para representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que reúne 300 deputados e 40 senadores, a maior conquista, por ora, foi a aprovação do Marco Temporal na Câmara — a matéria ainda precisa passar pelo Senado. Por outro lado, o andamento do PL 6.299/2022, que trata do registro de defensivos agrícolas e que acabou ganhando a pecha de “PL do Agrotóxico” e “PL do Veneno” pela oposição ambientalista, e o do PL 2.159/2021, sobre regras para licenciamento ambiental, ainda encontram dificuldade de tramitação.
No caso dos defensivos, o projeto está atualmente sob a relatoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES) na Comissão de Meio Ambiente da Casa — o parlamentar diz que não há previsão para apresentação do texto do relatório. No ano passado, integrantes da FPA chegaram a fazer um acordo com o presidente do Senao, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de forma a acelerar a tramitação do texto, mas as tratativas terminaram por deixar a proposta com Contarato no colegiado.
“Existe uma dificuldade de diálogo e isso nos preocupa muito. Queremos desmistificar e desburocratizar um tema que é simples, mas que acabam demonizando”, diz o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), vice-presidente da FPA na Casa. “Lá fora, em todos os países que são nossos concorrentes, não se usa mais essas moléculas porque outras mais modernas já foram desenvolvidas, sendo inclusive mais inofensivas. E aqui a gente continua amarrado em coisa antiga por falta de entendimento”, defende.
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Fonte: Blog do Gustavo Negreiros
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