O modelo atual do Bolsa Família contribui para queda na participação da força de trabalho — taxa que calcula as pessoas ocupadas ou em busca de uma oportunidade —, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
A taxa de participação ficou em 62% em novembro do ano passado (dado mais recente), abaixo da marca de 63,7% pré-pandemia. De acordo com levantamento do pesquisador Daniel Duque, o efeito se mostra mais intenso em áreas com maior concentração de serviços básicos.
“As regiões que tiveram, proporcionalmente, maiores aumentos da transferência de renda tiveram maior queda na taxa de participação. E essa taxa reduziu mais onde havia maior concentração de serviços básicos”, indica em entrevista à CNN.
O estudo considera a ampliação do Bolsa Família durante o governo de Jair Bolsonaro e a terceira gestão de Lula.
No início de 2022, o benefício passou ter mínimo de R$ 400 (além de aumento do número de famílias atendidas). Na segunda metade do ano, o valor aumentou para R$ 600. Por fim, no começo de 2023 foram progressivamente introduzidos novos benefícios variáveis.
Conforme o levantamento, a cada 10 pontos percentuais (p.p.) no aumento da proporção de transferências de renda sobre a massa de rendimentos está associado a uma diminuição de 1,1 p.p. na taxa de participação, com um nível de significância de 1%.
Ao explicar os resultados obtidos, o estudo aponta que o aumento das transferências sociais “pode influenciar a decisão dos trabalhadores de participar ou não do mercado de trabalho, considerando o equilíbrio entre trabalho e benefícios recebidos”.
O economista da XP Rodolfo Margato destaca uma “coincidência temporal” que reitera a relação. A queda na taxa de pessoas à procura de emprego inicia a trajetória descendente em julho de 2022, mês em que foi promulgada a proposta que elevou o valor do Auxílio Brasil a R$ 600.
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Fonte: Blog do Gustavo Negreiros
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