
A convite da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN), Geraldo Ferreira, confirmou diante de deputados, a dificuldade de pacientes obter atendimento na rede pública de saúde do Estado: “O Sindicato monitora frequentemente unidades de saúde em Natal, Grande Natal, Mossoró, Assu e Pau dos Ferros, estamos num momento bem grave, acumulam-se muitos atrasos e há uma questão de abastecimento documentada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremern), que detectou, principalmente nos Hospitais Walfredo Gurgel (Natal) e no Tarcísio Maia (Mossoró) em torno de 70% de itens faltando”.
O médico Geraldo Ferreira admitiu, que “realmente a gente fica a imaginar como um hospital consegue funcionar com a situação dessa, são muitas vezes improvisações, não ter máscara para uma criança, e improvisar uma garrafa de soro cortada para trazer oxigênio; dreno de tórax que está faltando, pega-se um material inadequado, às vezes de calibre muito maior, imagine um dreno colocado entre as costelas, se tem um tipo de borracha mais flexível e o diâmetro adequado para fazer essas drenagens, e muitas vezes, para salvar um paciente, se é obrigado a fazer uma drenagem improvisada, com tubos bem mais grossos, e muitas vezes mais rígidos e sem a condição da drenagem adequada”.
A deputada Cristiana Dantas informou que a Comissão de Saúde vai propor audiência pública para ampliar e aprofundar esse debate, trazer o Ministério Público do Trabalho e as instituições médicas a estudar questões relacionadas, inclusive, a precarização profissional da categoria.
Sem citar nomes de unidades hospitalares, Ferreira disse, ainda, que há quem use “brocas tipo furadeiras para abrir o crânio da pessoa, mas só que tem umas que são médicas e outras que são muito mais baratas, compradas em supermercados”. Em Mossoró também teve paciente, ilustrou Ferreira, que “precisou ser reoperado porque os fios quebraram, não eram adequados para aquela cirurgia”. Para Geraldo Ferreira o tempo de espera nos hospitais “é muito angustiante para o paciente, até admito que possa esperar 60 dias, 90 dias, qualquer sistema de saúde tem um planejamento”.
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