02 julho 2025

A falsa guerra de classes: como a taxação de "ricos" pode onerar justamente os mais pobres

 A narrativa construída pelo governo sobre um suposto embate entre "povo e elites" esconde um risco econômico perigoso: a ilusão de que tributar bilionários, bancos e setores rentáveis não terá consequências para a população comum. A realidade é mais complexa – e preocupante.

1. Quem realmente paga a conta?

Historicamente, grandes empresas e investidores não absorvem integralmente aumentos tributários. Esses custos são repassados via:

Ajuste de preços de produtos e serviços

Redução de investimentos em expansão e geração de empregos

Migração de atividades para mercados com carga fiscal menor

2. O tiro pela culatra da fuga de capitais Na era da globalização, o perigo não é teórico – há um risco concreto de fuga de capitais e desinvestimento. Uma tributação agressiva pode: 

Acelerar a desindustrialização

Reduzir a competitividade brasileira

Secar fontes de financiamento para políticas sociais

3. O paradoxo do discurso anti-Congresso

Ao transformar o Legislativo em "inimigo", o governo:

Desgasta o próprio ambiente para aprovar reformas necessárias

Ignora que muitos parlamentares do centrão apoiam programas sociais

Cria um clima de instabilidade que assusta investidores

O verdadeiro debate que falta:

 Em vez de demonizações, seria mais produtivo discutir:

Como tornar o sistema tributário eficiente sem asfixiar a produção

Por que o Brasil gasta mal (e muito) em vez de só focar em arrecadar mais

Como atrair investimentos que gerem empregos de qualidade

Enquanto o debate se reduz a slogans digitais, os riscos concretos de asfixia econômica recaem justamente sobre os trabalhadores e pequenos empreendedores – os mesmos que o discurso pretenderia defender. A conta da retórica inflamada pode chegar mais cedo do que se imagina, e não pelos canais oficiais de arrecadação.

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