O Governo do Rio Grande do Norte cancelou o contrato de locação de 21 mil Chromebooks firmado com a empresa mineira Repremig. A suspensão ocorreu após denúncia do senador Styvenson Valentim (PSDB-RN), que apontou irregularidades nos valores, e depois de determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). O acordo previa gasto superior a R$ 50 milhões em três anos.
A denúncia ganhou força com a comparação feita pelo parlamentar. Em fevereiro, a Escola Estadual Maria Ilka de Moura recebeu 160 Chromebooks e 7 notebooks Samsung adquiridos com emenda de Styvenson. Na ocasião, os aparelhos foram comprados da mesma Repremig por R$ 1.599 cada.
O cálculo expôs a diferença: a compra de todos os equipamentos custaria cerca de R$ 35 milhões, enquanto a locação elevaria a conta em mais de R$ 15 milhões — sem gerar patrimônio algum para o Estado. Segundo o senador, em apenas 25 meses de aluguel seria possível adquirir todos os itens.
Apesar do impacto financeiro, o Executivo estadual não fez qualquer anúncio oficial sobre o cancelamento ou sobre eventual retomada da licitação. A decisão ocorreu de forma silenciosa e em tempo recorde, apenas dias após as denúncias.
Para analistas políticos, a postura do governo soa como uma confissão implícita de que havia inconsistências no processo. Se tudo estivesse regular, o esperado seria uma defesa pública da legalidade e da viabilidade do contrato, e não um recuo silencioso.
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