06 setembro 2025

Tensões entre Brasil e EUA crescem: Trump critica governo Lula e ministro fala em defesa nuclear

As relações entre Brasil e Estados Unidos voltaram a subir de tom nesta semana. De um lado, o presidente norte-americano, Donald Trump, classificou o governo brasileiro como “radical de esquerda” e admitiu que Washington estuda impor restrições de visto às delegações do Brasil durante a Assembleia Geral da ONU, que acontece ainda este mês em Nova York. Do outro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que o Brasil precisa investir em tecnologia nuclear para defesa nacional, em meio às tensões comerciais entre os dois países.

Segundo a Associated Press (AP), o Departamento de Estado americano avalia medidas que poderiam limitar os deslocamentos de diplomatas brasileiros fora da zona da Assembleia, reforçando o controle sobre os representantes do país. Em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump disse estar “muito chateado com o Brasil” e acusou o governo Lula de adotar medidas “injustas”. O republicano também criticou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que classificou como uma “caça às bruxas”.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro, o ministro Alexandre Silveira afirmou que o Brasil deve se preparar para o futuro investindo em tecnologia nuclear, não apenas para geração de energia, mas também para eventual defesa nacional.

“Um país que é gigante pela própria natureza, que tem 11% da água doce do planeta, clima tropical, solo fértil e tantas riquezas minerais precisa levar muito a sério a questão nuclear. No futuro, nós vamos precisar dessa tecnologia também para a defesa nacional”, declarou o ministro durante a posse dos novos diretores da Agência Nacional de Segurança Nuclear e da ANP, na FGV.

A fala provocou reações, já que o Brasil é signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), o que o impede de desenvolver armas atômicas. Ainda assim, Silveira defendeu que o país deve explorar suas reservas de urânio e ampliar pesquisas nessa área.

O contraste entre as declarações aumenta o clima de desconfiança. De um lado, os EUA pressionando politicamente o Brasil, do outro, um ministro do governo Lula falando em nuclearização como alternativa estratégica. A comparação inevitável feita por analistas lembra países como o Irã, que buscaram esse tipo de tecnologia em meio a embargos e confrontos com o Ocidente.

A questão que fica é: será que o Brasil realmente precisa se envolver nessa disputa geopolítica e abrir espaço para um debate sobre armas nucleares, justamente quando tenta manter relações comerciais equilibradas com os EUA e outras potências?


FONTE DE INFORMAÇÕES: Gazeta do povo / UOL

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