16 outubro 2025

Com articulação do governo, CPI do INSS rejeita convocar irmão de Lula e aprova quebra de sigilo de advogado que revelou as fraudes


Foto:  Ricardo Stuckert

A CPI do INSS rejeitou nesta quinta-feira (15) o pedido de convocação de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por 19 votos a 11. A base governista articulou para barrar o requerimento.

Frei Chico é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical (Sindnapi), entidade alvo da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes no INSS. Apesar disso, ele não é citado no inquérito.

“Ele ingressou no sindicato apenas em 2024. As irregularidades começaram em 2019, no governo Bolsonaro. Frei Chico nunca teve função administrativa nem financeira”, justificou o líder do governo na CPI, Paulo Pimenta (PT-RS).

Outras decisões da CPI

A comissão também rejeitou as quebras de sigilo da publicitária Danielle Fonteles e da empresa dela. Fonteles recebeu R$ 5 milhões do lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, entre 2023 e 2025.
Segundo as defesas, o pagamento seria por uma negociação de imóvel em Trancoso (BA) que não se concretizou. A publicitária já trabalhou em campanhas do PT, como a de Dilma Rousseff em 2010.

Por outro lado, a CPI aprovou a quebra do sigilo bancário do advogado Eli Cohen, que fez as primeiras denúncias sobre o esquema. Ele será investigado entre janeiro de 2015 e outubro de 2025.

Em depoimento anterior, Cohen afirmou que o golpe “não poderia ter acontecido sem a participação da cúpula do INSS e de um ministro da Previdência”.

Outros requerimentos e depoimentos

Antes da sessão, governistas e opositores acordaram em retirar os pedidos de quebra de sigilo fiscal e telemático do ex-ministro Carlos Lupi, incluindo o acesso ao e-mail institucional e celular pessoal.

Nesta tarde, a CPI ouve Cícero Marcelino de Souza Santos, assessor da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares), também investigada no caso. O Coaf identificou transferências suspeitas para empresas ligadas a ele e à esposa, após a Conafer receber R$ 13 milhões em 2023.

A entidade nega irregularidades e diz que os pagamentos fazem parte de seu “fluxo normal de obrigações contratuais”.

Com informações de O Globo

Fonte > Blog do BG 

Nenhum comentário:

Postar um comentário