Foto: Rafa Neddermeyer / Agência Brasil / CP
A Advocacia-Geral da União (AGU) acionou a Justiça em setembro para bloquear cerca de R$ 3 bilhões em bens de 12 entidades associativas e 3 empresas suspeitas de realizar descontos ilegais em benefícios de aposentados. A ação, que está sob sigilo, foi protocolada na 7ª Vara Federal do DF.
Entre as entidades está o Sindnapi-FS, sindicato ligado ao sindicalista Frei Chico, irmão do presidente Lula. A defesa do sindicato não respondeu ao Estadão.
Por que o sindicato entrou na lista agora?
Um levantamento interno da AGU, feito por procuradores da 4ª Região, já havia apontado o Sindnapi entre as entidades com alto número de reclamações por descontos não autorizados e recomendado suspensão de convênios.
Mesmo assim, o sindicato ficou fora do primeiro lote de medidas cautelares, apresentado em maio pelo ministro da AGU, Jorge Messias. Ele alegou que o material não tinha elementos suficientes para justificar ação judicial.
O Sindnapi já havia sido alvo da Operação Sem Desconto da PF em abril.
Por que a AGU mudou de posição?
Segundo a AGU, o novo pedido de bloqueio decorre de Processos Administrativos de Responsabilização (PARs) abertos pela CGU em setembro, nos quais surgiram indícios suficientes contra um novo grupo de associações.
A AGU afirma que só entra com bloqueio cautelar quando há evidências de que a entidade é de fachada ou pagadora de propina, condição que — segundo o órgão — não estava comprovada em maio.
Repercussão política
As revelações sobre o mapeamento interno ignorado pelo ministro repercutiram na CPI do INSS. Integrantes da oposição acusam Jorge Messias de ter protegido o Sindnapi por causa da ligação com o irmão de Lula.
Além do Sindnapi, foram incluídas em setembro entidades como a Conafer e a Contag, também investigadas pela PF e apontadas como parte do suposto esquema.
Com informações de Estadão

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