A criação da Bancada Cristã ganhou força no Congresso após a derrubada de uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que facilitava o aborto em menores de idade. A articulação, conduzida por deputados evangélicos e católicos, demonstrou a crescente influência do grupo, que reúne mais de 300 parlamentares.
O projeto que oficializa a nova bancada — com direito a voto no Colégio de Líderes da Câmara — deve ser votado ainda neste mês de novembro, após a aprovação de urgência em 22 de outubro. A proposta é liderada por Gilberto Nascimento (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar Evangélica, e Luiz Gastão (PSD-CE), líder da Frente Católica.
A ideia é unificar as duas frentes religiosas sob uma única liderança institucional, semelhante às bancadas feminina e negra, que já têm assento nas decisões da Casa. No primeiro ano, a liderança ficará com um representante evangélico; no segundo, com um católico.
Com o novo status, a Bancada Cristã passará a participar diretamente da definição da pauta de votações, negociar tempo de fala e integrar as rodadas de negociação com o governo e outros blocos partidários.
Segundo Luiz Gastão, a iniciativa busca garantir igualdade de representação:
“Mais de 80% da população brasileira é cristã. A Constituição assegura a liberdade de manifestação da fé em todas as suas formas”, afirmou o deputado.
A esquerda reagiu com preocupação, vendo na movimentação um fortalecimento político do setor religioso dentro do Congresso — um bloco que já demonstrou ter peso suficiente para influenciar votações e pautas sensíveis, como a questão do aborto.
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