18 novembro 2025

Doença transmitida por gatos cresce no Rio Grande do Norte

 

Foto: Magnus Nascimento

A esporotricose vem apresentando crescimento no Rio Grande do Norte. Segundo os últimos dados do Painel Epidemiológico da Esporotricose, elaborado pelo Centro de Inteligência Estratégica para Gestão Estadual do SUS (CIEGES/RN), foram registrados 4.012 casos da doença em pessoas e animais no período de 2016 até 2025.

O levantamento detalha que, entre os humanos, foram notificadas 856 ocorrências em 44 municípios, das quais 519 foram confirmadas. Já entre os animais, foram registrados 3.156 casos em 21 municípios, dos quais 1.639 foram confirmados.

Entre as cidades, Natal lidera o número de casos notificados em humanos (609), seguida por Parnamirim (56) e Macaíba (55). A capital também encabeça o ranking de casos em animais, com 2.328 notificações, seguida de Parnamirim (257) e Extremoz (250).

A médica veterinária Beatriz Morais explica que a esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix sp. “Também conhecida, antigamente, por ‘doença do jardineiro’, pois esse fungo é de solo, podendo ser adquirido na própria terra ou em animais acometidos pelo fungo”, explica. Nos seres humanos, o fungo normalmente gera inflamação dos gânglios linfáticos de onde ocorreu a infecção, além de lesões doloridas.

Segundo a médica, a principal forma de transmissão de um gato para outro ou de gato para humano é o contato de lesões abertas ou fluidos de lesões e/ou arranhões, nos quais o gato pode inocular o fungo (se presente nas unhas) na pele de um humano ou de outro gato.

Humanos ou os próprios gatos também podem se contaminar diretamente no solo, caso o fungo esteja presente. Ela reafirma o aumento de casos no estado: “Cidades onde o fungo não havia chegado já têm notificações, o que é bem triste”.

Os gatos são os principais acometidos pela doença, pois, segundo a veterinária, “o fungo tem tropismo pelos gatos, permitindo altas cargas de fungo por lesão”. Ela sugere que isso pode ocorrer devido à temperatura corpórea dos felinos, que é mais elevada, facilitando a proliferação do fungo. Além disso, hábitos como cavar para enterrar fezes e arranhar troncos de árvores facilitam a contaminação.

Embora os cães também possam ter esporotricose, não é comum. Segundo a médica, no caso dos felinos, é essencial se atentar para a aparição de lesões cutâneas, especialmente aquelas que nunca cicatrizam. “Outro sinal comum é o aumento de volume nasal, normalmente em ponta, que pode ou não ulcerar. Antes de aparecer o aumento, os gatinhos podem ter simples espirros ou presença de sangue neles”, afirma a veterinária.

Tribuna do Norte

Fonte > Blog do BG

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