13 novembro 2025

Lula perde apoio ao criticar operação policial enquanto maioria da população apoia ação contra o crime

 

Intenção de voto espontânea recua,
aponta pesquisa Quaest: citações
a Lula caem e a maioria segue indecisa.
 
(Foto:
 Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A crise de comunicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na área de segurança pública começa a cobrar seu preço. Após uma série de declarações polêmicas — e distantes do sentimento da maioria dos brasileiros — Lula registrou sua primeira queda de popularidade desde maio, segundo a nova pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (12).

O desgaste começou quando o presidente afirmou que traficantes seriam, de certa forma, “vítimas” dos usuários de drogas. Em seguida, veio a megaoperação das forças de segurança do Rio de Janeiro, que recebeu aprovação de cerca de 70% da população, enquanto Lula manteve silêncio por dias, mesmo com o país inteiro debatendo o assunto.

Quando finalmente se pronunciou, limitou-se a classificar a operação — responsável pela prisão de dezenas de criminosos — como “desastrosa”. A fala caiu mal entre governadores, policiais e principalmente entre os brasileiros que veem o avanço do crime organizado como uma das maiores preocupações do país.


Pesquisa mostra queda: desaprovação sobe e aprovação cai

A pesquisa Quaest mostrou a inversão do cenário positivo que Lula mantinha desde julho:

  • Aprovação caiu: de 48% para 47%

  • Desaprovação subiu: de 49% para 50%

  • Indecisos permaneceram em 3%

O levantamento foi encomendado pela Genial Investimentos e entrevistou 2.004 pessoas entre 6 e 9 de novembro, com margem de erro de 2 pontos.


Sondagens para 2026 também acendem alerta no Planalto

A segunda parte da pesquisa, divulgada nesta quinta (13), mostrou um retrato ainda mais preocupante para Lula. Embora ele siga numericamente à frente nos cenários de primeiro turno, a vantagem diminuiu. No segundo turno, onde antes mantinha liderança confortável, Lula agora empata tecnicamente com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — que permanece inelegível para 2026, mas segue forte como referência eleitoral da direita.


Três episódios de segurança pública explicam o desgaste

O recuo na popularidade coincide com três acontecimentos ligados ao tema que mais pressiona o governo:

  1. A fala sobre traficantes "vítimas" dos usuários, feita na Malásia ao criticar ações dos EUA contra o narcotráfico no Caribe.

  2. O silêncio prolongado sobre a megaoperação no Rio, vista pela população como necessária e positiva.

  3. A crítica à operação, considerada por Lula como desastrosa, contrariando a opinião majoritária dos brasileiros.

Somados, esses episódios reforçaram a percepção de que o governo está desalinhado com o sentimento da sociedade — que hoje demanda ações mais duras contra facções e crime organizado, especialmente depois de avanços do Comando Vermelho em diversos estados.

Texto base da Gazeta do Povo

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