19 novembro 2025

Segurança pública volta a unir centro-direita e oposição na Câmara e pressiona governo Lula, com derrota

 

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (18), o Projeto de Lei Antifacção, que endurece o combate às organizações criminosas no país. A proposta recebeu 370 votos favoráveis e 110 contrários, representando uma derrota para o governo federal, que tentou adiar a votação após discordar de mudanças no texto.

O que chama atenção é que a maioria dos votos a favor veio de partidos que fazem parte da base do presidente Lula, responsáveis por cerca de 60% dos apoios, o que expõe a dificuldade do Planalto em manter unidade no Congresso.

Nos últimos meses, a segurança pública passou a dominar o debate nacional, especialmente após a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos e provocou forte repercussão. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada no dia 12, a recuperação da popularidade do presidente foi interrompida logo após o episódio, ampliando a pressão sobre o governo.

O tema se tornou prioridade também entre partidos de centro-direita e oposição, que defendem leis mais rígidas e enxergam na pauta uma força eleitoral para os próximos anos. Já aliados do governo argumentam que Lula deve retomar a defesa da justiça tributária e reforçar programas sociais, para evitar desgaste com a opinião pública.

Após a votação, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que a aprovação do projeto gera uma “crise de confiança” com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

A sessão foi marcada por discursos firmes de ambos os lados. O deputado Zucco (PL-RS) defendeu maior protagonismo do Congresso na área:

"Esta lei vai permitir que pais e mães vivam com mais tranquilidade. Não contamos com este governo federal para enfrentar o crime organizado."

Já a deputada Maria do Rosário (PT-RS) criticou o texto apresentado pelo relator, Guilherme Derrite (PP-SP):

"O relatório favorece o crime organizado."

O episódio reforça que a segurança pública deve ocupar papel central na política brasileira até as eleições de 2026.

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