Entre os principais impasses deixados para o próximo ano estão a indicação do ministro da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no STF, o veto anunciado ao chamado PL da dosimetria e a disputa em torno do marco temporal para a demarcação de terras indígenas. Analistas avaliam que o acúmulo dessas pautas tende a restringir ainda mais a governabilidade e reduzir a capacidade do governo de impor uma agenda positiva em 2026.
A indicação de Jorge Messias, em especial, se transformou em um foco de crise entre o Planalto e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Sem votos suficientes para garantir a aprovação do nome no momento, o governo optou por desacelerar o processo e usar o recesso como tentativa de recompor pontes com a cúpula do Senado.
Nos bastidores, aliados do presidente admitem que a indicação acabou se tornando um símbolo das dificuldades de articulação política do governo no Congresso. A avaliação é de que, para destravar a sabatina, o Planalto terá de fazer novas concessões, mantendo o tema como uma fonte permanente de tensão no início do próximo ano.
O próprio presidente Lula reconheceu publicamente o impasse e afirmou que havia preferência do Senado pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ainda assim, garantiu que manterá sua escolha. Segundo o presidente, a expectativa é encaminhar novamente a documentação de Jorge Messias após o retorno do recesso parlamentar, em fevereiro de 2026.
Lula também minimizou a existência de uma crise institucional e disse manter boa relação com os presidentes da Câmara e do Senado, ressaltando que o Congresso tem sido fundamental para aprovar projetos considerados prioritários pelo governo.
Matéria adaptada da Gazeta do Povo para o Blog de Currais Novos.
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