Os municípios do Rio Grande do Norte gastaram mais de R$ 192 milhões com contratações de bandas e cantores para shows públicos ao longo de 2025. Os dados constam no Painel Festejos, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que registra, até o momento, 2.363 contratos firmados ao longo do ano.
De acordo com o levantamento, os números ainda podem ser ampliados, uma vez que nem todas as festas foram informadas pelos entes públicos. O sistema, por exemplo, não contabiliza os shows do Natal em Natal, que começam nesta quinta-feira 25 e seguem até o dia 31 de dezembro.
Entre os municípios, Mossoró aparece como a cidade que mais gastou com apresentações artísticas em 2025. Os investimentos em eventos como o Mossoró Cidade Junina somaram R$ 25,7 milhões. O artista com maior cachê pago pelo município foi Wesley Safadão, que recebeu R$ 1,1 milhão por uma apresentação. Em seguida, Luan Santana recebeu R$ 985 mil.
Natal ocupa a segunda posição entre as cidades com maiores gastos, com R$ 18,6 milhões registrados até esta quinta-feira (25). O show mais caro na capital também foi o de Luan Santana, contratado por R$ 985 mil.
Embora figure como a 15ª cidade com maior volume total de gastos com shows, Pau dos Ferros pagou o mesmo valor desembolsado por Mossoró em uma apresentação de Wesley Safadão: R$ 1,1 milhão. No município, Wesley Safadão e Natanzinho Lima concentraram mais da metade da verba destinada a shows públicos em 2025. Natanzinho Lima recebeu R$ 700 mil por uma apresentação.



Apesar dos altos cachês individuais, a atração com maior número de contratações no estado foi a Banda Grafith. A banda potiguar teve mais de 50 contratos registrados no Painel Festejos ao longo do ano.
Considerando o total de gastos informados e a quantidade de contratos celebrados, cada atração custou, em média, R$ 81,2 mil aos cofres públicos dos municípios potiguares em 2025.
Segundo o Tribunal de Contas do Estado, o envio das informações ao sistema é obrigatório para contratos celebrados desde janeiro de 2025. O não cumprimento da exigência pode resultar em sanções administrativas, incluindo a aplicação de multas. O painel já registra, inclusive, 21 contratações referentes ao ano de 2026, a maioria delas para shows previstos para o mês de janeiro.
Ao verificar o volume de recursos gastos com a contratação de bandas, é importante refletir que esses valores poderiam ser melhor aplicados na saúde da população. Seria excelente a existência de uma lei que limitasse ou proibisse a destinação de tantos recursos públicos para festas.
Enquanto isso, na cidade de Currais Novos, faltam medicamentos e exames essenciais para o tratamento das doenças da população. Os recursos provenientes dos impostos deveriam ser utilizados de forma prioritária na saúde pública, destinando apenas valores reduzidos para a contratação de bandas ou shows.

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