A
doutrinação ideológica inserida na Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) foi motivo de audiência entre o ministro da Educação, Mendonça
Filho, e o deputado federal Rogério Marinho, coordenador da bancada do
PSDB na Comissão de Educação da Câmara. A reunião ocorreu no MEC, nesta
quinta-feira (18). O parlamentar alertou para a necessidade de combater o
uso do BNCC com viés ideológico.
“Da
forma como foi apresentado, o BNCC é um panfleto doutrinário e um
atraso pedagógico. E é contra isso que nós precisamos lutar. Não podemos
permitir que a educação das nossas crianças seja utilizada para
defender o pensamento ideológico de um grupo”, disse o deputado.
O
deputado informou ao ministro que os documentos da BNCC apresentados há
alguns meses pelo MEC são “inadequados e repletos de doutrinação
ideológica”. Além disso, criticou a metodologia utilizada para preparar o
documento, a qual considerou “totalmente equivocada por ignorar a
pluralidade”.
Rogério
é autor do projeto de lei que determina a aprovação final do BNCC pelo
Congresso Nacional. Atualmente, a Base está sendo discutida por
professores e técnicos do Conselho Nacional de Educação (CNE), após
receber sugestões enviadas pela internet. A partir daí, já seguiria para
o MEC sendo posteriormente colocada em prática no país. “A retirada do
ensino médio do BNCC é um avanço, porém, é importante a continuidade do
debate para evitar um retrocesso pedagógico com a implantação da Base”,
disse o parlamentar.
Outra
questão em torno do assunto envolve a formação dos professores
alfabetizadores e a escolha dos livros didáticos utilizados em sala de
aula. Rogério defende uma completa reformulação no setor, melhorando a
qualificação dos professores e retirando das escolas os livros
comprovadamente contaminados pela doutrinação ideológica.
Qualidade do ensino
Rogério
defendeu diante do ministro Mendonça Filho, do MEC, projeto de lei de
sua autoria que cria o Sistema Nacional de Estatísticas e Avaliação da
Educação Básica (SINEAEB). O tucano sugere na proposta que sejam
realizados três instrumentos para a melhor análise da qualidade do
ensino no país: Prova Brasil (que abarcará toda a educação básica em
escolas públicas e privadas), Censo Escolar e Censo Nacional dos
Professores da Educação Básica, este último sendo a principal novidade
do projeto.
Segundo
o deputado, “o Censo permitirá a formação e aperfeiçoamento dos
docentes em cima das deficiência identificadas”. A ideia é integrar este
levantamento aos outro dois citados, já existentes. Com isso, Rogério
acredita que será possível racionalizar a aplicação de recursos e buscar
a melhoria da qualidade da educação. Além disso, também fica
estabelecido o calendário de divulgação dos dados, com periodicidade
pré-determinada.
Outro
ponto abordado no encontro foi a questão da diversificação do ensino
médio. Rogério é defensor de uma maior flexibilidade no currículo deste
período da educação, possibilitando que os alunos tenham opções
alternativas de formação em todas as áreas possíveis, além do ensino
técnico, também em Humanas, Exatas, Biomédica, etc.
Nenhum comentário:
Postar um comentário