10 setembro 2016

‘Ideb confirma catástrofe no ensino e Pátria Educadora era balela do PT’, diz Rogério


O resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), importante termômetro da qualidade do ensino na sala de aula, mostra que a educação brasileira pouco avançou nos últimos anos e tem enormes desafios pela frente. Segundo o deputado federal Rogério Marinho, coordenador da bancada do PSDB na Comissão de Educação na Câmara, é urgente que se faça uma reavaliação profunda do sistema, abrangendo desde o processo de formação de professores até a reformulação do Ensino Médio.

Para Rogério Marinho, os índices refletem menos a questão da falta de recursos financeiros e mais de gestão. Na última década houve muito enfoque em marketing e mídia e políticas públicas pulverizadas, sem preocupação com a base. No segundo mandato, Dilma chegou inclusive a usar o slogan “Pátria Educadora”, que em momento algum se refletiu em ações concretas de seu governo.

Na avaliação do deputado, os problemas se acumulam e os índices mostram que a “pátria educadora é uma balela, que o governo do PT privilegiou números e quantidade em detrimento da qualidade”. Para ele, não é possível conviver com a questão da hegemonia do pensamento único das escolas e a reforma da educação deve ser adotada como um projeto de nação, e não de um governo de ocasião.

De acordo com o tucano, “a situação é catastrófica”. Ele ressalta que o Ideb mede fluxo e proficiência. O fluxo – que é metade da nota, avalia abandono, evasão e repetência. A outra metade da nota é o conhecimento que o aluno conseguiu adquirir na série em que ele foi avaliado. “Se você retirar o fluxo então é uma catástrofe. Desde a alfabetização até o ensino médio a situação da qualidade do ensino no Brasil é terrível”, afirma o deputado.

Para o tucano, é preciso “refazer desde o início”, ou seja, investir na formação do professor e diminuir o corporativismo existente na área educacional brasileira. Segundo ele, a má qualificação do docente é responsável pelo baixo índice de alfabetização existente no país: 56% das crianças matriculadas no terceiro ano de ensino fundamental estão no estágio 1 e 2. Ou seja, são analfabetos ou analfabetos funcionais. Apenas 11% estão alfabetizados, os outros estão numa escala intermediária.

Rogério Marinho explica que, em função das deficiências no ensino fundamental, apenas algo entre 40% e 50% dos estudantes conseguem chegar ao ensino médio. E quando chegam a situação se agrava diante das 14 disciplinas obrigatórias e cinco transversais que ele vai enfrentar. “Ele ingressa no ensino médio, que prepara mal para a universidade e não prepara para o mercado de trabalho. Aí o ensino é desinteressante, fora da sua realidade”, alertou o parlamentar, que defende uma ampla reforma neste período da educação.

Reformular o currículo do ensino médio, conforme defendido pelo MEC, é positivo, segundo ele. “É um grande avanço, mas nós estamos tratando do final do ensino básico, e a gente tem que começar pelo alicerce”, reiterou. O parlamentar alertou ainda para a necessidade de se discutir a base nacional curricular comum. “A tarefa do ministro Mendonça Filho é gigantesca e ele vai precisar de muita força, de muito foco pra mexer nessa casa de marimbondos que é a educação brasileira, na qual as pessoas estão presas na corporação”, avisou.

Em termos nacionais, nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º), a meta para 2015 foi alcançada por 74,7% das redes municipais. Mas não foi positiva para os anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º), nem no Ensino Médio. 

No Ensino Médio, o índice permanece estagnado desde 2011. Como a avaliação é feita de dois em dois anos, o índice parou em 3,7 diante de uma meta de 3,9. Em 2015, a situação é mais grave, pois embora o índice permaneça em 3,7 a meta subiu para 4,3. 

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