31 outubro 2022

Lula pode ter governabilidade dificultada pelo Congresso Nacional eleito para 2023

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode enfrentar dificuldades de governabilidade com o Congresso Nacional eleito para tomar posse em 1º de fevereiro de 2023. A maioria dos 512 deputados federais e dos 27 (do total de 81) senadores eleitos está politicamente alinhada ao centro e à direita.

O PL, partido do atual presidente, Jair Bolsonaro, elegeu a maior bancada tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. A sigla deve ter 99 deputados federais e 13 senadores a partir do ano que vem.

O advogado e analista político Isaac Simas avalia que, apesar de o Congresso "permanecer, em essência, fisiológico, temos um contingente muito maior de parlamentares que se elegeram ou se consolidaram no bolsonarismo. Diferentemente do 'centrão' original, esses congressistas com posicionamento político definido (efetivamente de direita) não irão aderir a pautas governistas facilmente".

"O PT, pela primeira vez, irá conhecer uma oposição de verdade, que será infinitamente mais atuante do que o PSDB foi nos governos Lula e Dilma. Apesar disso, acredito que os membros mais neutros e históricos do 'centrão' irão ceder e compor o governo, como fazem desde o início da redemocratização", afirma o pesquisador.

"Ao final, teremos uma dificuldade maior na governabilidade, principalmente por conta da polarização existente, que impedirá essa composição inicial." Simas diz, entretanto, que esse grupo pode acabar apoiando algumas pautas governistas, apesar de ter potencial de causar "tumulto" na apreciação de projetos do Executivo. "Ainda haverá essa dissidência que sempre será contra o governo; apesar de minoritária dentro do centrão, criará bastante tumulto às pautas governistas."

Nauê de Azevedo, advogado e cientista político, afirma que "o que vai definir se o Lula vai ter dificuldade ou não de governabilidade é a relação que ele vai estabelecer com parlamentares-chave que estarão na Câmara e no Senado. Na Câmara, destaco muito o relacionamento que ele vai precisar ter com Arthur Lira [atual presidente da casa legislativa], que hoje é um quadro muito poderoso lá dentro".

"O Congresso pode estar mais à direita, tem perfis mais 'estridentes', mas não apresenta uma diferença extrema a ponto de dificultar ou impossibilitar completamente o diálogo do Lula. Mas, é claro, ele vai precisar ser muito objetivo, além de pensar e construir pautas de consenso para que o Congresso não atrapalhe o seu governo e não se torne um adversário de seu governo", afirma o professor.

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Fonte: Blog do Gustavo Negreiros



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